O advogado Arno Ferreira Müeller foi preso em flagrante, por equipe policial do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), acusado de cometer crimes como fraude processual, uso de documento falso, falsidade ideológica, comunicação inexistente de crime e falsificação de documentos públicos. Utilizando desses artifícios, o advogado conseguiu adquirir inúmeros terrenos em Curitiba e demais cidades do Paraná e depois de legalizá-los os revendia. O golpe aplicado por Arno beira a quantia de R$ 1 milhão, conforme dados do delegado Sérgio Sirino, responsável pelas investigações. O policial acredita que na seqüência das diligências novas pessoas envolvidas na trama serão detidas, dentre elas, funcionários públicos.
Golpe
O advogado adquiriu, em 1996, um terreno de 200m2 no bairro Cabral, em Curitiba, e para a negociação incluiu um carro roubado e pagou o restante com cheque frio. Depois da compra, descobriu que seis terrenos vizinhos haviam sido adquiridos por usocapião pelos proprietários. De posse dessa informação, ele utilizou o nome de “laranjas” e falsificou escrituras “reavendo” os terrenos. Assim, Arno se tornou dono de uma área de 1.670m2, cujo valor estimado é de R$ 1 milhão. Através de procurações, ele conseguiu que as escrituras passassem todas para seu nome. Depois cercou a área e impediu a retomada das terras pelos antigos donos, utilizando-se do trabalho de seguranças e da posse de documentação falsa. A princípio, os terrenos estavam prontos para ser comercializados.
Além desses terrenos o advogado possui áreas no litoral e interior do Estado, que estão sendo investigadas. Ele é suspeito, inclusive, de falsificar documentos utilizando nomes de pessoas mortas e de adquirir áreas que há tempos não eram procuradas por eventuais herdeiros. As investigações ainda prosseguem. “Acreditamos estar desvendando uma espécie sofisticada de grilagem de terras envolvendo profissionais da área pública”, disse Sirino.
Foi através da compra fraudulenta de um terreno, utilizando o nome de um terceiro, que o advogado foi denunciado e posteriormente preso. Também está sendo averiguada a ligação do advogado com o cartorário Everaldo Josauro Prestes Cordeiro, preso no dia 11 de fevereiro, em Arapoti, e que continua detido. O cartorário também tem envolvimento com a falsificação de documentos.