Quatro pessoas – entre elas o funcionário do Instituto Médico-Legal (IML), João Cavalli, foram presas na semana passada, acusadas de identificar falsamente um cadáver para receber R$ 13 mil do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).
Cavalli, que está preso desde abril sob a mesma acusação, teve mais uma prisão preventiva decretada, e cumprida no último dia 22.
O corretor de seguros Cláudio Lopes, 42 anos, foi preso na quinta-feira em Curitiba. No mesmo dia, Odilon Lopes, 61 anos, e sua filha Ana Paula Lessin Lopes, 21, foram presos no balneário de Itapema, em Pontal do Paraná.
Foto: Aliocha Maurício |
Cláudio encaminhou a papelada. |
Segundo a polícia o quarteto chegou a receber o dinheiro do seguro, no ano passado, e a farsa só foi descoberta porque a filha adotiva de Odilon, que foi identificado como morto, resolveu denunciar o golpe.
O delegado Wagner Holtz Merege Filho disse que outras fraudes poderão ser descobertas. Ele adiantou que 800 laudos, feitos no período de 2005 a 2008, estão sendo analisados.
?No escritório de Cláudio encontramos vários processos. Estamos fazendo o confronto, especialmente nas questões envolvendo acidentes de trânsito?, enfatizou o delegado.
Em 16 de maio do ano passado, um homem foi atropelado e encaminhado ao Hospital do Trabalhador, mas morreu no dia seguinte. O corpo, sem identificação, ficou no IML até 2 de junho, quando Ana Paula o identificou como de seu pai, Odilon Lopes, e o sepultou no Cemitério do Boqueirão.
Após a identificação, Cláudio deu entrada nos documentos para que a família recebesse o dinheiro do seguro. Dos R$ 13 mil, Ana Paula recebeu R$ 1.500,00 para fazer a identificação falsa, e Odilon, o mesmo valor para se passar por morto. O restante foi dividido entre Cavalli e Cláudio. Mais tarde, foi descoberto que a verdadeira vítima é Antônio de Souza.
Outro
Cavalli foi preso em abril, junto com Mércio Barbosa, sob a acusação de tentar receber um seguro de R$ 1,5 milhão de dólares de uma seguradora americana.