O velho golpe do cheque continua fazendo vítimas. Pelo menos duas pessoas foram enganadas na saída de bancos, nos bairros Santa Felicidade e Mercês, nos últimos dias, e entregaram suas carteiras a um grupo de estelionatários. A segunda ação, porém, foi monitorada pela Polícia Militar, que localizou e prendeu três vigaristas na tarde de segunda-feira. Todos foram autuados em flagrante pelo 12.º Distrito Policial (Santa Felicidade).
Os “espertalhões” iniciam a ação dentro das agências bancárias, observando os clientes que sacam grande quantia. Pelo telefone, um dos golpistas informa aos demais quem é o alvo. Já fora do banco, um dos estelionatários finge ter achado um talão de cheques, pergunta se pertence à vítima e então entrega ao comparsa, que supostamente o havia perdido. “Muito obrigado. Gostaria de recompensá-los”, afirma o malandro, dirigindo-se ao colega e à vítima.
Sapatos
No caso desbaratado pelo 12.º Distrito Policial, o falso dono do talão afirmou que era proprietário de uma loja de sapatos. Para conquistar a confiança da pessoa lesada, o estelionatário que “achara” os cheques deixou a carteira com o comparsa, que saiu sob o pretexto de trazer-lhe a recompensa. Minutos depois, voltou com um par de calçados. A vítima foi convencida a fazer o mesmo e também entregou a carteira, que foi furtada pelo golpista. A PM, porém, identificou a placa do carro usado pelos vigaristas e encontrou a carteira da vítima em poder de Estefano Alves de Souza, 34 anos, José Aparecido Ribeiro, 40, e Maria Helena Bastos, 22, que foram presos em flagrante.
O delegado Joel Bino de Oliveira, titular do 12.º DP, concorda que o gesto de entregar a carteira a um desconhecido nessas circunstâncias parece sem sentido. “Mas os estelionatários são bons de lábia. E já escolhem as vítimas que parecem ser facilmente ludibriáveis”, afirmou.
Segundo o delegado, o trio foi reconhecido por outra vítima de golpe idêntico, cometido na saída de um banco em Santa Felicidade. Creio que estejam agindo em vários bairros da cidade. A publicação de suas imagens deve facilitar o reconhecimento por parte de outras pessoas”, falou Joel Bino. Os três acusados, que segundo o delegado têm passagem na polícia por estelionato, não deram declarações à imprensa.