Ibraim José Barbino, 56 anos, assassino do empresário Ciro Frare, 66, se apresentou ontem na 1.ª Vara Criminal de Londrina. Muito nervoso e chorando sem parar, o ex-funcionário da Cipasa, concessionária de propriedade de Frare, confessou o crime e entregou a arma usada, um revólver 38. “Ele teve seus cinco cartuchos disparados”, contou o juiz titular da 1.ª Vara, João Clevi Machado.
O juiz disse que o interrogatório de Barbino foi curto, já que ele chorava muito e se mostrava arrependido, por ter convivido como funcionário de Frare por 37 anos. “Ele apenas confessou e se colocou à disposição para ser ouvido em outra ocasião, pelo delegado que está conduzindo o inquérito”, afirmou.
Machado contou que autorizou Barbino a se ausentar da comarca por cinco dias para procurar tratamento psicológico. “Eu autorizei, já que há o comprometimento dele em se apresentar e depor, esclarecendo as razões do crime, assim que for convocado”, salientou, destacando que, como ninguém pediu a prisão provisória ou temporária do assassino, ele vai continuar em liberdade durante o inquérito.
O delegado Marcos Belinati, do 1.º Distrito Policial de Londrina, mostrou-se surpreso com a apresentação de Barbino à Justiça e não na delegacia, como havia prometido seu advogado, no dia anterior. Belinati afirmou que as investigações continuam e 22 pessoas já foram convocadas a depor. Quanto ao fato de Barbino estar em liberdade, o delegado comentou que uma prisão provisória caberia no caso.
Sepultamento
Na tarde de ontem, ainda abalados e em clima de indignação, os familiares de Ciro Frare enterraram o corpo do empresário no Cemitério Parque Iguaçu, em Curitiba. Frare foi assassinado no início da manhã de quinta-feira, dentro de sua concessionária. Frare havia demitido Barbino por ter descoberto que ele desviava dinheiro da empresa. Esse deve ter sido o motivo do crime.