Garotos algemados por policiais aparecem mortos

Estão identificados os três jovens mortos pela Polícia Militar (PM), na madrugada de domingo. Enquanto o estudante Clodoaldo Banhado, 17 anos, e os serventes de pedreiro Sidnei Ribeiro da Silva, 21, e Jânio da Silva, 25, eram velados no Jardim Campo Alto, em Colombo, familiares e amigos dos três davam outra versão para o suposto confronto.

As testemunhas que conversaram com o Paraná-Online não quiseram ter seus nomes divulgados, com medo de represálias. De acordo com uma conhecida de Jânio, os três rapazes estavam na laje de uma casa abandonada, fumando maconha.

Ela afirmou que os jovens não estavam armados e, portanto, não receberam os policiais a tiros. Essa versão foi confirmada por outras pessoas.

Versão

Policiais, em duas viaturas do 20.º Batalhão da PM, e não do 17.º BPM, que atende aquela área, foram direto nos rapazes na laje. Segundo os policiais, eles verificavam a denúncia que havia três homens armados no bairro.

A polícia afirma que abordou os jovens no Parque Atuba. No entanto, o parque fica longe de onde eles realmente foram abordados, na esquina das Ruas Mendel com Elias da Silva. Segundo relato das testemunhas, na abordagem, os policiais ordenaram que o trio descesse. Como não foram obedecidos, subiram na laje e bateram nos rapazes.

Populares contaram que, como achavam que os garotos eram presos por causa da maconha, iriam para a delegacia e, no dia seguinte, estariam em casa. No entanto, passava do meio-dia de domingo, quando os familiares souberam que três corpos foram encontrados na Estrada da Olaria, no Atuba.

Agressão

A abordagem ocorreu por volta das 3h de domingo. No IML, consta que os três deram entrada no Hospital Cajuru às 4h30, já mortos. Os familiares reconheceram os cadáveres no IML e contaram que os corpos estavam muito machucados. Um deles estaria com a boca rasgada até o pescoço, como se tivesse sido cortada com faca. Outro tinha o olho rasgado quase até a testa.

Apesar de desejarem justiça, familiares contam que não querem procurar a PM para denunciar, porque têm medo de represálias.

O major Rui Rota, comandante do 20.º Batalhão, afirmou que foi aberto inquério policial militar (IPM) para averiguar o caso. Ele pediu que as testemunhas da agressão compareçam ao batalhão e dêem seus relatos. Ele garante que as testemunhas não sofrerão represálias. Os laudos do IML devem ficar prontos em 30 dias. Já o IPM tem 40 dias para ser concluído.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo