A pouca idade de um garoto não impediu que o mundo das drogas, onde a justiça é feita pelos próprios envolvidos, não agisse. Na manhã desta quarta-feira (25), o menino, de 14 anos, tomava suco com outros amigos em uma casa na Rua Mato Grosso, no Jardim Iguaçu, em Araucária. Ele se despediu e, quando chegou ao portão da casa, foi morto com um tiro no peito.
Logo que atirou, o assassino fugiu correndo pela rua e não foi mais visto. Os amigos tentaram socorre-lo e chamaram o Siate, mas os socorristas nada puderam fazer para salvar a vida do menino. O garoto já não conseguia falar, não se mexia e deu os últimos suspiros.
Na calçada, nenhuma marca de sangue. A bala ficou alojada no coração de Ruan Martins de Souza Pinheiro, que com um tiro certeiro, não teve nem como sobreviver.
A perícia do Instituto de Criminalística viu ainda que o garoto tinha uma marca de agressão em uma das pernas, mas o ferimento deve ser analisado pelo médico legista.
Histórico
Segundo a Polícia Militar, o garoto era usuário de crack. Além do vício na droga, ele teria sido ameaçado várias vezes e, por isso, já andava com medo de ser morto.
O tenente Gonçalves, do 17º Batalhão, contou que apesar das informações passadas, o garoto não era conhecido da polícia. “Pelo menos com crimes, ele não estava envolvido, pois nenhuma informação chegou pra gente”, explicou.
Um familiar do garoto, sem se identificar, confirmou a informação de que ele teria sido ameaçado. “Sobre a droga, não sei qual usava, mas sim, infelizmente era viciado. A família tentou tirá-lo, fizeram de tudo, mas as coisas não são tão simples quanto as pessoas julgam ser”, disse.
Ruan não morava próximo do local do crime, mas sim a pelo menos seis quadras dali. O que se sabe, é que o garoto não costumava levar desaforo para a casa. Comentários no local eram que ele não teria pagado drogas que usou e, por isso, foi morto.
Apesar de os indícios apontarem o caminho das investigações para possível acerto de contas, o tenente reforçou o alerta de que tudo são hipóteses e que elas precisam ser investigadas.
As informações coletadas no local ainda serão investigadas e confirmadas pela Polícia Civil. “E quanto ao assassino, já temos informações importantes e até mesmo suspeito, mas não podemos entrar em detalhes”, contou Gonçalves.