A luta para que o filho deixasse o vício das drogas terminou às 4h de ontem, quando Josete Emília de Lima Engler recebeu a notícia que Emerson Alex Engler, 16 anos, foi executado com quatro tiros na Rua Guilherme Bueno França, no Tatuquara. Atingido no peito, nas costas, na cabeça e na perna, o corpo do adolescente ficou estendido no meio da rua.
Mãe de quatro filhos, Josete contou que Emerson entrou no mundo das drogas com apenas 13 anos, quando começou a fumar maconha. Não demorou muito para virar um dependente do crack e trazer problemas para a família. ?Gastei dinheiro com clínicas, tentei levá-lo para a igreja, mas nada adiantou. Deu nisso?, lamentou a mulher. Ela disse que o vício fez com que o garoto deixasse de estudar e se afastasse da família. Para comprar drogas, Emerson começou a se desfazer de roupas e objetos pessoais.
Ele também costumava se apoderar de coisas de moradores da região, que depois iam até a sua casa, pedir para que Josete pagasse pelo prejuízo. ?Era celular, bicicleta, roupas. Eu tinha que pagar para não fazerem nada com ele?, lembra Josete. ?Eu sempre precisei trabalhar. Acho que faltou puxar mais a rédea com ele.?
Drama
Segundo ela, nos últimos seis meses a situação do adolescente começou a piorar. Ele deixava a casa da família, no Tatuquara, para passar dias na companhia de amigos, fumando crack. ?Uma vez desapareceu por cinco dias. Começamos a procurá-lo pelos rios da região. Achei que estava morto, mas depois voltou?, ressaltou. ?Perguntei onde ele ficava e o Emerson me contou que passava a noite na rua, em casas abandonadas e nos matagais, se drogando.?
O vício também fazia com que Emerson se desentendesse com os amigos, já que muitas vezes comprava droga em conjunto e acabava enganando os colegas, para que pudesse fumar a pedra de crack sozinho. Ultimamente, Emerson estava praticando assaltos para sustentar o vício. ?Ouvi comentários que antes de ele ser morto tinha tentando roubar alguém. Talvez por isso morreu. Sempre o ameaçavam?, contou Josete.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, que ainda não tem suspeitos do crime.