Quando se preparava para assassinar, ou pelo menos ferir a tiros, um homem chamado Agnaldo, de 30 anos, um garoto de 17 foi preso por policiais da delegacia de Pinhais. O menor confessou que havia sido contratado por um outro homem, já identificado pela polícia, pelo valor de R$ 600,00 para cometer o crime. O motivo seria passional. O delegado Gerson Machado acredita que o jovem seja responsável por outras mortes “de encomenda”, em Pinhais. Com o garoto, a polícia apreendeu uma fotografia e uma carta com dados pessoais da possivel vítima.
O adolescente contou que estava em um bar, quando um homem lhe procurou e fez a proposta. “Ele ofereceu R$ 600,00, mas para dar um tiro no homem, não para matá-lo. Queria que acertasse, na perna, na cabeça, onde fosse”, relatou o garoto, friamente. “Aceitei porque estava precisando de dinheiro, mas esta foi a primeira encomenda, não tem mais”, garantiu.
Viagem
Segundo o detido, quem o contratou lhe forneceu a fotografia e dados de Agnaldo. “Ele deu o horário de saída e chegada do trabalho, além do percurso do homem”, relatou Machado. “A futura vítima só não foi assassinada, porque estava na praia”, esclareceu o delegado.
O garoto informou que passou algumas vezes em frente da casa de seu “alvo”, em uma motocicleta Titan vermelha e em um Kadett branco. “De moto eu fui sozinho, o Kadett é de um amigo meu. Eu pedi para ele me levar, dizendo que iria cobrar uma dívida”, contou o garoto, isentando seu colega de responsabilidade.
Para o delegado, o adolescente é de alta periculosidade. Machado comentou que o menor permaneceu 90 dias recolhido por determinação da justiça, por porte ilegal de arma e roubo. “Fiquei abismado de uma pessoa matar outra por apenas R$ 600,00. É triste saber que a vida vale tão pouco”, comentou.
Machado relatou que já intimou o casal suspeito de envolvimento com o crime. O homem foi chamado por contratar o “serviço” e a mulher, por ser o pivô de toda a trama.
Outro
Também está sendo investigada a participação do garoto em um outro homicídio, ocorrido em Pinhais, na madrugada do dia 26 de janeiro, na Avenida Leopoldo Jacomel. Naquela data, Hélio Firmino da Silva Filho, 18 anos, foi morto e Cézar Ferreira, de 21, ferido. De acordo com informações apuradas pela polícia, o crime foi motivado por uma discussão ocorrida no interior de um bailão. “A arma que seria utilizada no crime encomendado, foi dispensada. Acreditamos que é a mesma que foi usada no outro assassinato”, disse Machado.
O garoto garante que não tem envolvimento no crime do bailão e alega que foi um tal de “Rafael” que executou Hélio e feriu a outra vítima.