Dizendo-se perturbado pelo espírito do morto, um garoto de 16 anos compareceu à delegacia de Piraquara e confessou que foi autor de um homicídio, que aconteceu há um ano e oito meses. O adolescente alegou que foi até a delegacia a pedido de Gelson Antunes dos Santos, 19 anos, que seria a vítima do assassinato. O crime ainda estava sem solução. Na época, foi instaurado inquérito policial para apurar a autoria, mas como não havia indícios suficientes, nada foi feito.
Para a surpresa da polícia, o garoto apareceu na delegacia e pediu para falar com o superintendente Luís Pereira. Ao ser atendido revelou: ?Vim aqui para ser preso, porque matei uma pessoa?. Em seguida, contou que no final de 2005 foi ameaçado de morte por Gelson, com quem teria uma desavença. No final da tarde de 30 de dezembro, o adolescente, que tinha na época 14 anos, se armou com uma pistola e saiu pelo bairro Guarituba à procura do desafeto. Ao encontrar Gelson na rua, sacou a arma e descarregou. Mesmo após acertar diversos disparos e a vítima cair no chão ensangüentada, ele recarregou a pistola e disparou até que não restasse mais nenhum projétil. A vítima foi morta com 21 tiros. Depois de constatar que Gelson estava sem vida, o garoto foi para casa.
A polícia foi acionada e esteve no local do crime, tentando levantar pistas para apurar a autoria, mas nada conseguiu. O perito do Instituto de Criminalística também esteve no local fazendo os exames preliminares e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML). Horas depois, a mulher de Gelson foi até a delegacia buscar a guia de liberação do corpo, mas não soube apontar nenhum suspeito do crime. Só contou que foi informada que seu marido fora assassinado.
Durante o inquérito também não foi localizada nenhuma testemunha que pudesse apontar o nome de suspeitos. O inquérito foi instaurado e sem autoria, ia do Fórum para a delegacia, e iria continuar a trajetória se o garoto não aparecesse.
Pereira disse que, após confessar o crime, o garoto indagou: ?Agora vão me prender??. Ao receber uma resposta negativa, o adolescente justificou que teria que ser preso de qualquer maneira porque não agüentava mais ser perturbado pelo falecido, que lhe ordenou que comparecesse à delegacia.