O adolescente Andrei Wesley Martines, 14 anos, foi morto com um tiro na nuca, às 20h50 de quinta-feira, quando tentava separar uma briga em uma favela, distante algumas quadras da sua casa. O crime aconteceu na Rua Brasilio Bacelar Filho, em frente ao número 236, Vila Tingui, em Santa Cândida.
Familiares e amigos do menino choravam inconformados com a violência. O pai, Carlos Martines, disse que o filho era estudante e acreditava que ele não era usuário de drogas. "Ele foi na casa da namorada, não sei por que ele morreu".
Os policiais do Regimento de Polícia Montada (RPMont) ouvindo moradores da região, apuraram outra versão para o crime. Segundo o tenente Fábio, um homem identificado como Lírio, e apontado com sendo um "patrão" do tráfico na região, estaria envolvido. Andrei seria o "vapor", uma espécie de ajudante de traficante, que geralmente é aliciado e transformado em olheiro e, dependendo da idade, até mesmo em pequeno vendedor de entorpecentes. "As pessoas disseram que Andrei viu Lírio sendo ameaçado por um tal de Eduardo e saiu em sua defesa. Na troca de tiros, o menino levou a pior", disse o tenente.
O homem que deu o tiro fugiu em um carro vermelho que estava parado na esquina. "O pessoal da Homicídios vai investigar o caso, mas a princípio é um desacerto de drogas e Andrei morreu no lugar desse tal de Lírio", explicou o oficial.
Busca
Ainda na confusão que envolvia moradores, familiares e curiosos, a polícia entrou no beco de acesso aos barracos em busca de mais informações que levassem ao assassino.
No entanto, nada foi encontrado, nem mesmo o rapaz identificado como Lírio estava em casa.
Na rua, os policiais abordaram alguns rapazes em atitude suspeita. A ação foi motivada pela informação da irmã de Andrei que, chorando, gritava dizendo que o assassino estava por perto.
Morte de traficante seria vingança
Policiais da delegacia de São José dos Pinhais continuam as investigações para apurar o assassinato do vendedor de drogas Ednilson de Deus Ribeiro, 20 anos, ocorrido na tarde de quinta-feira. Há pistas de um suspeito, que também seria traficante da região. Os boatos que circulam no município dão conta de que Ednilson foi morto porque era "X9", ou seja, um informante da polícia. Porém, o chefe do setor de investigações da delegacia local, Altair Ferreira, acredita que esta seja apenas mais uma tática dos criminosos para driblar a polícia. "Provavelmente alguém quis se vingar dele e espalhou para outros traficantes que Ednilson era dedo-duro. Dessa forma, vários marginais tinham interesse em matá-lo, o que dificulta as nossas investigações porque o número de suspeitos aumenta", explicou Ferreira.
Outra dificuldade da polícia está no fato de a vítima estar envolvida com o tráfico. Com isso, a própria população se recusa a passar informações. "Quando uma pessoa de bem morre, vários moradores nos ligam e nos contam o que sabem, mas quando um marginal é assassinado, eles não têm interesse em ajudar", disse Ferreira.
Os policiais estão investigando o Monza prata e o Kadett vermelho que os assassinos usavam quando perseguiram Ednilson. Através dos veículos os policiais já identificaram um suspeito, mas seu nome está sendo mantido em sigilo.
Crime
Ednilson foi visto correndo, por volta das 15h30, pela Rua Alfredo Mulhstedt, Vila Iná, onde tentou se esconder em um matagal. Porém, foi novamente perseguido quando passava por um carreiro, e tombou morto com pelos menos dois tiros no peito. O morto já tinha várias passagens na polícia e era irmão de um indivíduo conhecido por "Paquinha". Os dois eram conhecidos pelo envolvimento com o tráfico de drogas. (PC)