Policiais do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) continuam correndo contra o tempo a fim de descobrir o paradeiro da garotinha Bruna Eduarda Alves, 2 anos, desaparecida desde a tarde do último sábado. Com o apoio de soldados do Corpo de Bombeiros, os investigadores realizaram, ontem, novas buscas perto da casa onde a menina mora, na Vila União, Uberaba. A operação aconteceu pela manhã e nenhum indício de Bruna foi encontrado.
O fato da menina residir perto de algumas cavas chamou a atenção do Sicride, que resolveu certificar-se da possibilidade de ter ocorrido algum acidente. Os soldados do Corpo de Bombeiros vistoriaram todo o local, usando inclusive uma espécie de "fisga" para vasculhar nas águas. Um dos investigadores que acompanhou a operação disse que não acredita que a menina possa ter caído no córrego, uma vez que a vegetação é densa e que ela teria que ter andado cerca de 500 metros até chegar perto da água.
Alguns moradores foram ouvidos ontem no Sicride, mas as pistas obtidas sobre o que aconteceu com Bruna ainda são muito vagas.
Mais duas sumidas
Dos 55 casos de crianças desaparecidas registrados no Paraná pelo Sicride, três deles continuam em aberto. Além de Bruna, a polícia ainda investiga o paradeiro de Vivian Cacciatore Florêncio, 3 anos, e Jéssica Morais de Oliveira, 8. Todas desapareceram em Curitiba.
Jéssica foi vista pela última vez por volta das 9h do dia 3 de junho, depois de sair de sua casa, na Rua Schirlei, na Cidade Industrial de Curitiba. O vizinho da menina, de 11 anos, contou à polícia que a viu conversando com um homem idoso, que vestia um terno preto e que estava em uma bicicleta. De acordo com a delegada Márcia Tavares, cerca de oito homens suspeitos foram ouvidos, mas a polícia não encontrou nenhum indício do envolvimento deles no desaparecimento.
Outro caso bastante conturbado é o da garotinha Vivian, que foi vista pela última vez na Praça Tiradentes, com sua mãe Maria Emilia Cacciatore Florêncio, 38, no dia 4 de março. A mulher foi encontrada morta dias depois em Campina Grande do Sul, e o namorado dela e pai da menina, o sargento Edson Preso, foi detido como principal suspeito. O caso foi encaminhado à Delegacia de Homicídios, que ainda investiga a participação do policial no desaparecimento da criança.
Os demais casos ocorridos este ano foram solucionados de forma rápida. Nota baixa no boletim escolar, ironicamente, é um dos responsáveis pela maioria dos desaparecimentos investigados pelo Sicride. Crianças que fogem de casa, principalmente nos meses que coincidem com o final do bimestre escolar. "Elas fogem porque têm medo da reação dos pais", finaliza Márcia.