Uma denúncia anônima levou policiais do 3.º Distrito (Mercês), até um bordel, que funcionava na Alameda Princesa Isabel, 184, no centro de Curitiba. No local foi apreendida uma central telefônica, mais de dois mil preservativos, além de vibradores de vários modelos e tamanhos. A proprietária do bordel, Rosane Meurer, conhecida como "Maitê", 25 anos, foi autuada em flagrante por rufianismo e favorecimento à prostituição, pelo delegado Celso Neves. Cerca de dez garotas de programas e cinco clientes foram detidos, ouvidos e liberados.
O delegado informou que uma pessoa telefonou para o distrito, na tarde de ontem, e contou que no local funcionava uma casa de programas sexuais. Os investigadores Osmair e Milsted foram até o local e constataram a veracidade das informações. "Apuramos que a dona da casa mantinha um site e anunciava em jornais. Só que ela não anunciava a casa e sim as garotas", explicou o delegado.
Quando a polícia fazia buscas na casa, um rapaz chegou para fazer um programa e também foi detido. O homem contou que viu o anúncio da casa pela internet. Ao descobrir que os policiais haviam "estourado" o bordel, ele disse assustado: "Eu sou casado".
Cobrança
Na parede de uma das salas da casa estava exposta uma lista de preços, com valores de R$ 30,00, por um programa simples de meia hora, até R$ 300,00 para que uma das jovens pernoitasse com o cliente. A tabela ainda explicava que se o programa fosse realizado fora da casa, o cliente deveria pagar o táxi.
Uma mulher, de 32 anos, que se prostituía ali, contou que estava trabalhando no local há aproximadamente um mês. "Eu sou casada, tenho quatro filhos pequenos e meu marido estava impossibilitado de trabalhar. Procurei emprego, mas não consegui", relatou a mulher. Ela disse que quando estava olhando um jornal, em busca de trabalho, viu o anúncio de emprego de acompanhante, para pessoas de boa aparência, e entrou em contato com "Maitê". "A princípio eu não sabia o que era direito. Quando soube, topei porque estava precisando de dinheiro e o salário era bom", comentou a mulher, que afirma que mensalmente ganhava R$ 800,00. "Eu só ficava aqui durante o dia e só ganhava metade do valor do programa. O resto ficava com a dona da casa", ressaltou. A mulher contou ainda que para cada programa era obrigada a comprar três preservativos, pelo valor de R$ 1,00. "Ela cobrava para usar o secador, coisas da cozinha e também vendia macarrão instantâneo. Marcava tudo em um caderno e depois descontava, quando eu recebia pelos programas que eu fazia", disse a mulher.