Crime macabro assustou os poucos moradores e trabalhadores da região de Curralinho, na zona rural de São José dos Pinhais, na manhã de ontem. Uma jovem aparentando 18 anos foi encontrada pendurada em uma árvore, com o pescoço enrolado por uma corda, no meio de um matagal. A polícia chegou a pensar que fosse suicídio, porém, no local – próximo à Rua Sergio Rodolfo Mayer -, constatou se tratar de assassinato, praticado com requintes de crueldade. A garota foi estrangulada, amordaçada e teve parte do cabelo raspado. Para completar a brutalidade, os marginais ainda cortaram as costas da vítima com um estilete, formando as palavras ?X9? (que na gíria criminal quer dizer alcagüeta) e ?Casinha?.

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A violência empregada contra a vítima espantou até profissionais acostumados com cenas de morte, como policiais militares e a equipe do Instituto de Criminalística. ?Foi uma crueldade. As mãos da garota estavam agarradas à corda, mostrando que ela fez bastante força para tentar respirar?, afirmou o perito Marco Pimpão. ?Ela foi torturada?, acrescentou o cabo Luiz, do 17.º Batalhão da Polícia Militar. Pela forma como a vítima foi encontrada, suspensa em uma árvore, o perito suspeita que pelo menos duas pessoas participaram do crime. ?É preciso muita força para erguer o corpo de uma pessoa com uma corda?, lembrou Pimpão.

Como não há casas ou comércio nas imediações, apenas chácaras, é provável que os criminosos tenham levado a garota até o matagal para executá-la. E levando em conta os rituais praticados pelos autores (marcas nas costas e corte do cabelo), o motivo do crime seria uma vingança contra a jovem, que teria delatado alguém. Segundo o cabo Luiz, ?X9? é o alcagüete e ?Casinha? pode se referir à morte da menina. ?Eles teriam cometido o assassinato porque ela entregou alguém para a polícia. Inclusive, raspar metade do cabelo da vítima significa que ela é considerada meio policial, meio bandido?, informou Luiz.

As investigações deverão ser realizadas pela delegacia de São José dos Pinhais. O corpo da jovem foi recolhido ao Instituto Médico-Legal, onde permanece sem identificação. Ela é morena clara e tinha cabelo preto. Vestia saia azul e blusa rosa.

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Mais um é morto acusado de ?alcagüete?

Gisele Ulbrich

Winkler Willians da Silva, 18 anos, foi assassinado com cinco tiros dentro de um bar, em Campina Grande do Sul. O homicídio ocorreu por volta de 1h15 de ontem, na Rua Conceição Maria de Andrade, no bairro Maria Eugênia. Segundo a polícia, ele seria um dos suspeitos pela morte da investigadora Maria Ângela Batista dos Santos, 47 anos, ocorrida no último dia 9, num assalto a um bailão onde ela estava, no município.

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Há duas versões para o assassinato do rapaz. De acordo com a Polícia Civil, ele e alguns outros freqüentadores do bar beberam em excesso e se desentenderam, até que um deles atirou em Winkler. Já, segundo a Polícia Militar, alguns rapazes invadiram o bar, tiraram o jovem de dentro e lhe disseram: ?Você é um X9 (alcagüete)?. Depois atiraram.

Investigadora

Segundo a polícia do município, Winkler era suspeito da morte da investigadora, mas nada havia de concreto contra ele. Outros nove marginais envolvidos no assassinato foram presos dias depois do crime e permanecem detidos.

Já de acordo com um policial militar de Campina Grande do Sul, Winkler seria o rapaz que contou à polícia onde estavam os envolvidos no assassinato. Ele teria levado os investigadores da delegacia local até Santa Catarina, onde boa parte do grupo foi detida.