A sorte grande de encontrar um valioso diamante acabou rendendo ao garimpeiro Lourival Sembarski, 34 anos, um tiro na perna e um prejuízo de cerca de R$ 15 mil. Ao seu colega, Raimundo Nonato Almeida, 45, também sobrou um tumultuado dia junto à polícia. Ambos foram vítimas de um assalto, na tarde de ontem, quando saíam do banco com o dinheiro da venda do diamante, cerca de R$ 31 mil. O homem que intermediou o negócio entre os garimpeiros e o comprador da pedra foi detido para esclarecimentos, sob suspeita de ter sido o mentor do assalto. Até a metade da noite de ontem, o caso permanecia obscuro e a Polícia Militar trabalhava para esclarecer a ocorrência.
Segundo contou Raimundo, ele e seu colega vinham de Telêmaco Borba para vender a pedra em Curitiba. O diamante, de cerca de um centímetro, foi encontrado num garimpo de Tibagi e começou a ser negociado por intermédio de Wilson Paulo Medeiros, 52 anos, que receberia 3% do valor total do negócio. O trio veio a Curitiba e, concluída a negociação, os garimpeiros receberam um cheque de R$ 26 mil e mais R$ 5 mil em dinheiro do comprador. Seguiram ao banco Itaú Personalité, da Rua Mateus Leme, no Centro Cívico, para trocar o cheque onde Raimundo ficou esperando dentro da Blazer de Wilson. Quando Lourival e Wilson saíram da agência e chegavam no carro, foram abordados por um homem armado.
A polícia suspeita que o bandido já soubesse da negociação porque o marginal procurou diretamente Lourival, exigindo a quantia. Porém, quando o garimpeiro colocou a mão na cintura, fazendo que pegaria os envelopes, sacou um revólver calibre 32 e atirou contra o bandido. Em resposta, foi baleado na perna. Vendo-se ferido, jogou os envelopes e a arma nas mãos de Raimundo. Wilson colocou Lourival na Blazer e os três seguiram ao Hospital Evangélico, onde já chegaram em companhia da polícia.
O assaltante desistiu do roubo e tomou em assalto um Palio, que passava em frente, para fugir.
No Hospital Evangélico, os policiais, que haviam sido acionados inicialmente para um roubo de veículo, acabaram suspeitando dos garimpeiros e do atravessador, pelo fato de terem encontrado o revólver de Lourival e o dinheiro dentro da Blazer. Mesmo ferido, Lourival disse aos policiais que desconfiava de Wilson, achando que ele tinha armado o assalto. Por esse motivo, o atravessador foi algemado e levado à 2.ª Companhia do 12.º Batalhão da Polícia Militar, para esclarecimentos. Apesar do negócio ter sido fechado em R$ 31 mil, o soldado Scheaffer e o tenente Zanon encontraram apenas R$ 16.025,00 mil na Blazer.
