Caça aos fanfarrões

Gaeco deflagra operação contra policiais envolvidos em corrupção

Oito guardas municipais – sete de Colombo e um de São José dos Pinhais – e três policiais militares foram detidos na operação do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, deflagrada na manhã de ontem. A suspeita é que eles estejam envolvidos em tráfico de drogas e venda de armas, principalmente em Colombo. Eram 27 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão a ser cumpridos, mas houve também prisões em flagrante.

A investigação teve início há seis meses, a partir da denúncia que os guardas municipais e policiais militares abordavam traficantes ou pessoas que portavam arma de fogo de forma ilegal. “Pegavam dinheiro para não prendê-los ou levavam as drogas e as armas, ou faziam as duas coisas combinadas. Ao pegarem as drogas, vendiam-nas”, explicou o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti.

Desde as 4h de ontem, aproximadamente 250 policiais militares e civis participaram da operação. Os nomes das pessoas detidas não foram divulgados. Entre os policiais militares presos, um deles foi detido em flagrante. O Gaeco não informou se ele estava com drogas, munições ou armas irregulares.

Leonir disse que os detidos devem ser ouvidos e a documentação apreendida será examinada para confirmação de provas. “Mais adiante vamos ouvir outras pessoas, para fazer a denúncia, que é o início do processo na Justiça”, ressaltou. “Determinei ao comandante-geral da PM o afastamento imediato dos policiais que foram presos. Nós não aceitamos policiais dando cobertura para o tráfico de drogas, porque ele gera homicídios, gera crimes”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini.

Truculência

Um supervisor da Guarda Municipal de Colombo, que preferiu não ser identificado, reclamou da truculência dos policiais que cumpriram mandado de busca e apreensão. “Eles invadiram a minha casa, me algemaram e me deixaram sem camisa no chão por mais de uma hora. Algemaram a minha família, até a minha irmã de 15 anos. Pisaram na minha cabeça”, afirmou. O guarda disse que nada foi encontrado em sua casa e que nunca teve envolvimento com a criminalidade. Ele deve representar contra os policiais.

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