Cleiton morreu na hora.

Sob a escuridão das ruelas da Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo, quatro rapazes foram baleados na noite de quinta-feira. Eles foram encontrados em locais diferentes, provavelmente porque, ao tentar fugir dos assassinos, tomaram rumos distintos. Um deles foi executado na rua onde morava, outro foi levado em estado grave ao Hospital Cajuru, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante a madrugada.

Outras duas vítimas estão hospitalizadas. Os policiais da delegacia do Alto Maracanã investigam a participação de dois irmãos, apontados por testemunhas como os autores dos crimes. Segundo moradores, os tiros começaram por volta das 20h, quando a Vila Zumbi estava sem energia elétrica.

Fuzilaria

A primeira vítima socorrida pelo Siate foi Moisés Bonfim, 16 anos, baleado na barriga e encontrado na Vila Liberdade (do lado oposto da BR-116). Consciente, ele contou que foi baleado na rodovia, enquando fugia da Vila Zumbi. Outra ambulância seguiu para a Rua 38, onde socorreu Luciano Alves da Silva, 23, caído no portão de uma das casas da ruela. Ele foi levado ao Hospital Cajuru, mas morreu horas depois.

Na Rua 40, paralela à 38, o corpo de Cleiton estava estirado em meio às caliças de uma casa em construção. De acordo com a perita Jussara Joeckel, o rapaz foi atingido no braço direito, provavelmente no momento que tentou se defender, e morto com dois disparos no peito e um na lateral do corpo.

Antes mesmo da chegada da polícia e do Siate, Ronaldo do Carmo Ribeiro, outro baleado, foi levado por moradores ao PS da região, e submetido a uma cirurgia.

Suspeitos

De acordo com a irmã de Cleiton, ela estava na frente de casa quando viu um garoto, de 17 anos, passar correndo e gritar “matei mais um”. Junto, corria o irmão dele, de 16. “Depois disso eu saí para ver o que estava acontecendo e encontrei meu irmão morto perto da nossa casa. Passei várias vezes por ele, mas não o vi porque a luz tinha acabado”, contou.

Os moradores do local disseram que há uma semana o adolescente de 17 anos estava atirando a esmo pelas ruas da vila em plena luz do dia. Os policiais foram até a casa dos irmãos, que também moravam na Rua 40, mas não os encontraram.

A mãe deles, Valderícia Rocha, 40 anos alegou que os filhos nunca param em casa e que não sabia onde eles estavam. Entretanto, a mulher se contradisse ao dizer que, pouco antes do tiroteio, os irmãos tinham passado em casa. “O povo aqui fala demais. Meus filhos foram criados com estes que foram baleados, eles eram todos amigos”, afirmou a mulher.

De acordo com o superintende Ramirez, da delegacia do Alto Maracanã, os menores são os principais suspeitos dos crimes. Há a suspeita de que toda a confusão tenha sido motivada por drogas.

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