Investigações da Delegacia de Homicídios sobre o assassinato de um travesti, ocorrido no centro da cidade, no mês passado, culminaram ontem à noite com troca de tiros entre traficantes e policiais, dentro de um apartamento da Rua Doutor Pedrosa, no centro.

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Um policial civil foi baleado e, até o fechamento desta edição, estava em estado grave e passava por cirurgia. Dois envolvidos com a quadrilha foram mortos e outros nove foram detidos dentro do apartamento.

Os policiais da DH investigavam um indivíduo conhecido como “Japonês”, que seria o responsável pela morte da travesti “Jenifer”, em 6 de maio, na Rua Visconde de Nácar.

Ontem à noite, os investigadores encontraram o suspeito no terminal do Guadalupe e tentaram cumprir o mandado de prisão que havia contra dele. O suspeito reagiu à abordagem e houve troca de tiros.

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“Japonês” conseguiu fugir e se escondeu no apartamento do ex-policial civil Gerson Saldanha, expulso há alguns anos da corporação. O ex-policial morava no 9.º andar do Edifício Don Ignácio, na Rua Doutor Pedrosa, 104. “Japonês” morava no prédio ao lado.

Abordagem

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Os investigadores da DH seguiram “Japonês” até o apartamento de Gerson. Os marginais já esperavam a presença da polícia, mas não tiveram tempo de fugir. Assim que os policiais estouraram a porta do apartamento, eles atiraram contra o investigador Valter Aquino Pimentel, atingido no peito.

No confronto, outras duas pessoas que estavam no apartamento morreram. Uma delas é o homem conhecido por “Japonês” e a outra, uma mulher que pode ser a namorada dele ou esposa de Gerson. Outros nove indivíduos foram presos no apartamento. O delegado Hamilton da Paz, titular da DH, deve se pronunciar sobre o caso hoje.

Janela

Alguns moradores da região confirmaram as atividades ilícitas de Gerson e “Japonês”. De dentro de seu apartamento, o ex-policial jogava drogas a usuários que passavam pela calçada. No último mês, a movimentação da dupla e de viciados na calçada, em frente ao prédio, tinha se intensificado.

Gerson começou a usar drogas há anos. Chegou a ficar internado em 2004, para tratamento. Não conseguiu vencer o vício e passou a traficar. Entre os “aviões” (pessoas que vendem as drogas na rua) havia muitos travestis. Um morador contou que “Jenifer”, assassinado no centro, mês passado, certamente tinha envolvimento com a dupla e devia aos traficantes.