Cinco desembargadores da 1.ª Câmara do Tribunal de Justiça devem decidir hoje, às 13h, o futuro do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho. Eles apreciarão o recurso do novo advogado de defesa do acusado, René Ariel Dotti, que pede a absolvição sumária do réu.

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Dotti sustenta que Carli Filho trafegava em uma via preferencial, quando bateu seu carro na traseira do veículo ocupado pelos jovens Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, matando-os na hora. O acidente aconteceu em maio de 2009, no Mossunguê.

Dos cinco desembargadores, três irão votar, podendo decidir pelo pedido da defesa, ou por desclassificar o crime para homicídio culposo (sem intenção de matar), que prevê pena de no máximo 4 anos em regime aberto (pode ser transformada em pena alternativa, como prestação de serviços à comunidade) ou ainda transformar de homicídio doloso (com intenção de matar) para homicídio simples. No caso do doloso a pena é de 12 a 30 anos de prisão; no simples a pena é reduzida para de 6 a 20 anos.

Expectativa

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As famílias das vítimas consideram absurda a argumentação da defesa. O assistente de acusação Elias Mattar Assad disse ontem que a expectativa é que os desembargadores deixem que Carli Filho vá a julgamento popular, por duplo homicídio com dolo eventual, como decidido pelo juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, Daniel Surdi de Avelar.

Mattar Assad ressalta que o ex-deputado estava embriagado, com a carteira de habilitação cassada (tinha 130 pontos) e trafegava a 167 quilômetros por hora em via urbana.

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“Nesta velocidade não há preferencial”, diz ele. O assistente de acusação também afirma que a colisão ocorreu no meio da quadra, onde há um semáforo que estava em sinal de alerta.

As vítimas reduziram a velocidade do veículo que ocupavam para respeitar o sinal, quando foram atingidas pelo carro do acusado. O julgamento do recurso acontecerá no primeiro andar no anexo do Tribunal de Justiça, no Centro Cívico.