Foto: Alberto Melnechuky

Amigos reuniram-se na casa de João. A mãe pede justiça.

continua após a publicidade

Partida de futebol que acontecia em uma cancha próxima à Estrada do Ganchinho, na tarde de ontem, transformou-se em confusão generalizada e tiroteio. O jogo terminou com a morte de João de Souza César, 30 anos.

Segundo testemunhas, o jogador foi baleado pelo soldado Portela, do 13.º Batalhão da Polícia Militar, que estava de folga e seria o responsável pelo campo. O cunhado de João, Álamo Lourenço, também teria sido baleado pelo policial e permanecia internado em estado gravíssimo, no Hospital Evangélico. De acordo com a polícia, o soldado teria agido em legítima defesa, embora familiares e amigos das vítimas estejam revoltadas com o desfecho da confusão.

A briga começou pouco depois das 16h, quando houve um desentendimento entre os jogadores. As informações são de que João foi ameaçado por um grupo de pessoas e voltou para casa. Porém, logo em seguida, retornou armado ao campo e passou a disparar diversos tiros. ?Ele atirou para assustar?, afirmou Elias, irmão de João. De acordo com testemunhas, o soldado Portela, que não estava jogando, mas toma conta do lugar, foi tirar satisfação. ?Ele atirou no João e no Álamo, que foi defender o cunhado?, disse Elias.

Porém, a indignação da família é com o que teria acontecido na seqüência. ?Depois dos tiros, João voltava mancando para casa, já sem a arma, quando avistou uma viatura da PM e foi pedir ajuda. Mas os policiais, além de não fazerem nada, ainda viram o soldado Portela, que vinha seguindo João, atirar quatro ou cinco vezes nele, que caiu de braços abertos?, relatou uma testemunha, que, por questão de segurança, prefere não se identificar. A Polícia Militar não confirma estas informações e alega que o soldado atirou em legítima defesa e, por isso, não foi preso. A testemunha ainda declarou que o soldado foi colocado no camburão da viatura policial, porém, 500 metros adiante, foi retirado e sentou-se no banco de trás.

Revolta

continua após a publicidade

?Espero que seja feita justiça divina, porque aqui está difícil!?, esbravejou Aguimar de Souza César, mãe de João. ?Meu filho foi pedir socorro para os policiais e fizeram isso. Não tem explicação?, lamentou.