A linha de ônibus Alferes Poli, que liga o Fanny ao centro da capital, se tornou verdadeiro pesadelo para motoristas. No trecho que passa pela região do Parolin, a maioria dos passageiros entra no microônibus sem pagar, pulando a catraca ou invadindo o coletivo pela porta de trás.

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De acordo com a polícia, o prejuízo causado pelos “furões” em um ano, somente nesta linha, é superior ao valor total de furtos e roubos a estações tubo e linhas de ônibus na grande Curitiba, durante 2013.

Na manhã desta quarta-feira (20), policiais militares do 12.º Batalhão e dois funcionários da empresa CCD Transporte Coletivo, responsável pela linha, prepararam uma operação para pegar os passageiros fora da lei. Foram presas 18 pessoas, que não tinham pagado a passagem. Entre elas estava Aricésar Ferreira, 49 anos, que era procurado pelo crime de receptação. Todos foram levados ao 2.º Distrito Policial, no Rebouças.

“Há três meses começamos a receber as denúncias de que pouquíssimas pessoas pagavam passagem nessa linha. A maioria é de usuários de drogas e desocupados, mas muitos trabalhadores se aproveitavam que o motorista estava coagido e não pagavam a passagem também”, disse o tenente Caimã Baptista da PM.

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Nos bolsos e mochilas dos 18 passageiros detidos foram encontrados cachimbos para consumo de drogas e uma faca. Eles foram apontados pelos funcionários da empresa, que entraram em dois coletivos se passando por passageiras.

Segundo levantamento feito pela empresa de transporte e a polícia, mais de mil passageiros entram nos microônibus Alferes Poli sem pagar a tarifa diariamente. “Deixam de pagar mais de R$ 700 mil anuais em passagem, mais do que os R$ 500 mil de prejuízo com furtos e roubos no transporte coletivo da capital”, explicou Caimã.

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Ameaças

Anderson Ribeiro, representante da empresa, contou que os motorista se sentem ameaçados e acabam deixando os passageiros passarem. “Alguns sofreram problemas psicológicos. Os ‘furões’ chegam a fumar cigarro e consumir outras drogas dentro dos coletivos. A empresa só tem prejuízo nessa região”.

Mesmo assim, segundo Anderson, a linha será mantida. “Existem moradores de boa fé que pagam a passagem e não podemos deixá-los sem transporte”, explicou. Dos 18 passageiros presos, 17 foram liberados no fim da manhã, após assinarem termo circunstanciado.