Quatro pessoas morreram num acidente envolvendo dois veículos no cruzamento da Avenida do Batel com a Rua Francisco Rocha, no Batel, por volta das 6h30 de ontem.
As vítimas fatais estavam no Citroen C3, placa JPS-6560, do Rio de Janeiro. O veículo foi atingido na lateral pelo Mitsubish Pajero, placa AEL-8003, conduzido por Eduardo Miguel Abib, 27 anos, filho do diretor-geral da Assembléia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, o “Bibinho”.
O rapaz foi conduzido à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) e preso em flagrante por homicídio com dolo eventual, porque havia indícios de embriaguez e alta velocidade, e ele teria passado o sinal vermelho.
As quatro vítimas fatais foram identificadas como Alexandre Cuesta da Silva, 29 anos; Clóvis José de Jesus, 39; Ana Karin Quintanilla Manzo, 19, e Thainá da Silva Arcângelo, 18.
Os três primeiros morreram na hora. Thainá morreu na ambulância do Siate, a caminho do hospital. Ainda ficou ferido Felipe Pires, 26, que dirigia o Citroen, e foi internado no Hospital Evangélico.
Com a força da colisão, Alexandre e Ana Karin foram arremessados do carro e caíram na calçada. Todos eram membros da Igreja Mundial e as informações são de que, no momento do acidente, se dirigiam para uma gravação. No veículo, havia diversos equipamentos profissionais de filmagem.
Bafômetro
De acordo com policiais do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), após a colisão, Eduardo Miguel Abib recusou-se a realizar o teste do bafômetro. Dentro do carro, havia uma lata de cerveja.
Testemunhas afirmaram que seu carro estaria em alta velocidade e que ele teria sido o responsável pela batida, porque furou o sinal vermelho. Eduardo foi encaminhado ao Dedetran e autuado em flagrante por homicídio com dolo eventual (quando a pessoa não tem intenção de matar, mas assume o risco).
De acordo com a polícia, Eduardo apresentava odor etílico, olhos avermelhados, fala desordenada e desordem nas vestes. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê pena de 2 a 4 anos de prisão para esse tipo de crime.
Irresponsabilidade faz tragédia se repetir
Marcelo Vellinho
O acidente de ontem, que tirou a vida de quatro pessoas, é semelhante àquele em que envolveu-se o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, na madrugada do dia 7 de maio, no Mossunguê, e resultou na morte de dois jovens.
Em ambos os casos, os motoristas acusados de causar as tragédias apresentavam indícios de embriaguez e estavam dirigindo em alta velocidade. A principal diferença é que, ao contrário de Eduardo Miguel Abib, o ex-deputado não foi preso, mesmo estando com a carteira de habilitação cassada.
O inquérito que investiga o acidente de Ribas Carli foi concluído em agosto e entregue ao Ministério Público. O ex-deputado foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual. Ele dirigia um Passat que colidiu contra um Honda Fit, e matou na hora Gilmar Rafael Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20.
O laudo do Instituto de Criminalística apontou que Carli Filho, que acumulava 130 pontos na carteira, dirigia a uma velocidade mínima de 167 quilômetros por hora no momento do acidente.
O ex-deputado foi socorrido e internado no Hospital Evangélico. Depois, foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde permaneceu por aproximadamente um mês. Depois, voltou para sua casa em Guarapuava, onde aguarda o julgamento em liberdade.
Sem radar motorista exagera
Marcelo Vellinho
Apesar de a colisão ter acontecido num local onde não havia radar eletrônico, o acidente no Batel levanta a questão do desligamento dos aparelhos, que deixa o motorista com a sensação de que não precisa respeitar o limite de vel,ocidade.
Na quinta-feira da semana passada, quando os radares foram suspensos, a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) emitiu uma nota com um apelo aos motoristas para que observem as leis de trânsito e obedeçam a sinalização indicativa de velocidade máxima permitida.
Mas o apelo não tem surtido efeito e é comum se observar motoristas em alta velocidade até mesmo nas ruas centrais e movimentadas como a Brigadeiro Franco e Desembargador Motta, por exemplo.
Outro abuso: cinco feridos
Marcelo Vellinho
Outro acidente envolvendo várias vítimas aconteceu no início da madrugada de ontem, na Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, no Mossunguê. Um Escort conversível, conduzido por Alecsandro Celestrim, 22 anos, colidiu contra a portaria de um edifício. Além do motorista, outros quatro ocupantes do carro ficaram feridos, mas, felizmente, ninguém morreu.
Géssica Vaz, 20, Alan Celestrim, 27, Franciele Nascimento, 23, Marcelo Correia, 24, e Alecsandro foram socorridos e encaminhados ao Hospital Evangélico. As informações são de que o Escort estaria em alta velocidade e os ocupantes tinham saído de uma casa noturna no Campo Comprido.
