Funcionários da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, se manifestaram, na manhã de ontem, contra a demissão do diretor Aclínio José do Amaral, determinada pelo governador Roberto Requião no início da semana. O protesto aconteceu no pátio do complexo e contou com a participação de agentes penitenciários e técnicos administrativos. A reclamação é a respeito da constante troca de diretores das unidades penais, o que, segundo os manifestantes, prejudica o desenvolvimento do trabalho.
De acordo com Clayton Agostinho Auwerter, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), não havia motivos para a exoneração de Aclínio. ?As condições da PCE são precárias, são poucos funcionários (cerca de 300) para cuidar de 1.500 detentos. Mesmo assim, o trabalho estava sendo bem feito e as coisas estavam melhorando?, garante Clayton. ?A mudança de direção causa uma estagnação deste desenvolvimento e coloca em risco a segurança da unidade. Estamos tratando com a vida dos funcionários e isso não está sendo levado em consideração pelo Estado?, acrescentou. Conforme Clayton, o apoio dos agentes e demais funcionários ao diretor é unânime.
Mais demissões
Durante a manifestação, outra notícia revoltou os participantes. Pela manhã, cerca de 30 funcionários do Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), próximo à PCE, foram demitidos. De acordo com o Departamento Penitenciário do Paraná, a unidade é considerada de segurança máxima, destinada a presos condenados, do sexo masculino. Os funcionários demitidos trabalhavam no setor de administração, enfermagem, transporte e telefonia.
Confirmado
A manifestação dos agentes penitenciários, contra a saída de Amaral da direção da PCE parece não ter surtido qualquer efeito. No final da tarde de ontem, a Secretaria de Justiça (Seju), através de sua assessoria, confirmou que Gamaliel Bueno Galvão Filho, que atuava junto ao setor jurídico do Departamento Penitenciário (Depen), assumiu o cargo.
A Seju não deu motivos para a mudança. Apenas explicou que foi um procedimento normal, como ocorre nesta e em outras unidades prisionais.