Em menos de um mês, a Unidade de Saúde (US) da Vila Barigui, na CIC, sofreu cinco arrombamentos. O último foi na noite de quarta-feira e prejudicou o atendimento ontem: primeiro pelo protesto dos funcionários, que fizeram uma paralisação até o meio-dia, e pela redução de computadores, levados pelos ladrões.
Os bandidos quebraram uma janela e entraram na unidade da Rua Arthur Martins Franco durante a noite. Saíram de lá com um computador e alguns materiais médicos, como termômetros, medidores de pressão e até uma balança infantil. Mesmo com monitoramento de uma empresa de segurança, a ação dos ladrões não tem sido evitada.
Cansados da insegurança que estão enfrentando no ambiente de trabalho, os funcionários da unidade paralisaram as atividades na manhã de ontem. De acordo com a coordenadora da US, Rosângela Daniele Vogel Fontana, já durante a tarde o atendimento normalizou “com o que temos”. Três consultórios médicos funcionavam normalmente, mas um deles estava sem computador. Ivanete Sena, 33 anos, levou o filho Gustavo, de um ano, para uma consulta que estava marcada na US, ontem à tarde. Teve que remarcá-la para a próxima semana, por causa do furto. “É um transtorno para a comunidade. Na outra vez que a unidade foi furtada, também vim para cá e não tinha vacina”, afirma. Mais de 2.100 doses de vacina da unidade foram jogadas fora em fevereiro, porque os ladrões desligaram a luz e as vacinas estragaram.
O presidente do Conselho de Saúde da Vila Barigui, Joaquim Maciel, contou que foi enviado um ofício às autoridades municipais e estaduais pedindo providências. “Não é só o postinho, falta segurança em toda a região”, diz. Segundo Joaquim, o ultimato é a próxima segunda-feira. Do contrário, deve ser organizado um protesto pela comunidade. “A unidade já tem dificuldades pra funcionar, imagina nessa situação de insegurança”, comenta.
Guarda
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, a Guarda Municipal deve reforçar a segurança na US da Vila Barigui no período da manhã e da noite, durante a abertura e o fechamento da unidade.
Outra medida será a revisão do contrato da empresa de segurança que faz o monitoramento das unidades de saúde, que deverá ressarcir o prejuízo. O delegado Rodrigo de Souza, da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), informou que uma equipe foi enviada à unidade para fazer um levantamento do local, para coletar possíveis autores. Ele afirmou ainda que não acredita que se trate de uma quadrilha especializada em furto de materiais médicos. “Se fosse quadrilha não iria se arriscar tanto para furtar esses materiais, que não têm valor de grande vulto no mercado”, avalia.