Funcionário do IML usa cadáver em golpe milionário

A tentativa de fraudar uma seguradora norte-americana em 1,6 milhão de dólares resultou na prisão de quatro pessoas, uma delas, o papiloscopista João Alcione Cavalli, ex-funcionário do Instituto de Identificação, lotado no Instituto Médico-Legal (IML). Segundo a polícia, ele ganharia R$ 30 mil para conseguir o corpo de um indigente e liberar os documentos em nome de Mércio Eliano Barbosa, 28 anos, suspeito de ser o mentor do crime.

Além deles, foram presos Daiana Barbosa, 20, irmã de Mércio, e o amigo dele Cristian Gean José de Andrade, 30. A esposa de Mércio, que mora ilegalmente nos Estados Unidos, e seria a beneficiada pelo seguro, terá a extradição solicitada.

O delegado Sérgio Inácio Sirino, coordenador estadual do Núcleo de Repreensão a Crimes Econômicos (Nurce), disse que a trama começou a ser arquitetada há três anos, quando Barbosa comprou duas apólices de seguro de vida no valor de US$ 1,6 milhão, nos Estados Unidos, onde morava com a esposa. ?Cavalli e Mércio se conheceram através do site de relacionamento orkut e se encontraram pessoalmente por três vezes?, relatou o delegado.

Digitais

Cavalli colheu as digitais de Mércio e o alertou que algum parente de primeiro grau deveria liberar o corpo no IML, o que coube a Daiana, segundo o delegado. Os familiares fizeram o funeral e enterraram o indigente, em São José dos Pinhais. Com sua morte, Mércio também pretendia quitar o consórcio de uma caminhonete de R$ 130 mil, que estava em nome e endereço de Cristian, de acordo com a polícia.

Foi a seguradora que notificou a polícia brasileira para que averiguasse as informações. Alguns dias depois, Mércio e Daiana foram presos na cidade de Ibaiti, e Cristian, em São José da Boa Vista, norte do Estado. Eles vão responder por estelionato, falsificação de documento público, falsidade ideológica, corrupção ativa e formação de quadrilha. Cavalli será indiciado por corrupção passiva. ?Vamos averiguar se ele cometeu outros crimes no IML, ou se há outras pessoas envolvidas?, completou o delegado.

Corpo

Existe a suspeita que o corpo enterrado em São José dos Pinhais seja de Marcelo Alves, o que será confirmado por exame de DNA.

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