Anatoly Sereda, 35 anos, funcionário do departamento de manutenção de uma revenda de bebidas, em São José dos Pinhais, morreu com um tiro na nuca, ao perseguir um ladrão, no início da manhã de ontem. Ele não era a vítima do assalto, mas com seu carro foi atrás do bandido, no bairro Afonso Pena. Um veículo que dava cobertura aos assaltantes não foi localizado.
Por volta das 7h, o motorista do caminhão alvo do assalto aguardava do lado de fora da empresa, na Rua Alfredo Pinto, para descarregar. Ele conversava com seu patrão, dono do caminhão, quando o assaltante os abordou. O dono do caminhão correu, gritando por ajuda, e quase foi atingido pelo tiro disparado pelo ladrão.
Corrida
Segundo o sargento Milani, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, o bandido desistiu do assalto e correu pela Rua Lyrio Dalagassa. Anatoly chegava para trabalhar, presenciou o roubo e seguiu o bandido com a Fiorino da empresa. Na esquina da Rua Osvaldo Bassu, uma caminhonete CRV emparelhou com a Fiorino, que havia parado, um homem desceu e acertou um tiro na nuca de Anatoly.
Baleada na nuca, a vítima dirigiu por alguns metros até bater o carro num poste, numa árvore e na lixeira de uma casa. Uma cápsula calibre nove milímetros foi encontrada no carro. Os bandidos embarcaram na CRV prata e fugiram. O superintendente da delegacia local, Clóvis Pinheiro, confirmou que o veículo estava com placa clonada.
Perseguido
O motorista do caminhão disse que notou a CRV o seguindo, desde quando saiu da Linha Verde para entrar na BR-277, mas o veículo o ultrapassou e sumiu. A mesma CRV foi vista na segunda-feira, tentando roubar um caminhoneiro no Contorno Leste, mas como os ladrões viram que a carga não os interessava, desistiram do assalto.
Fila do medo
O assalto que matou Anatoly foi o terceiro, desde março. Um dos funcionários da empresa explicou que, como o pátio da empresa é pequeno, não é possível estacionar todos os caminhões, o que força os motoristas a esperarem em fila, na rua. Com isto, ficam expostos à ação dos ladrões, que, na maioria das vezes, preferem cargas de latas de cerveja. “Quando é cerveja em garrafa ou outros tipos de bebidas eles desistem”, contou o funcionário, que não quis se identificar. Ele disse que, no verão, como aumenta a venda de cerveja, em alguns dias a fila chega a 25 caminhões fora dos portões. “Os ladrões fazem a festa”, resumiu.
