Com relação à matéria publicada na edição de sábado, contendo denúncias a respeito da existência de funcionários “fantasmas” na Secretaria da Segurança Pública, a Assessoria de Imprensa do órgão informou ontem que as três funcionárias citadas foram exoneradas de seus cargos. De acordo com a Sesp, a exoneração delas – o motivo não foi informado – teria ocorrido no dia 31 de agosto passado. No entanto, denunciantes da irregularidade garantiram que até a tarde de ontem não havia sido emitido nenhum documento que comprovasse a exoneração.
Marlei, Eliana e Claudinéia – todas esposas de policiais militares lotados na Sesp e no comando da Polícia Militar – ganhavam por cargos em comissão que deveriam exercer no Detran e na própria Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança. Somados, os salários das três chegavam a R$ 2.880,00. Embora todos os meses fossem emitidos os contra-cheques em nome delas e o dinheiro depositado em conta bancária, elas não eram sequer conhecidas nos locais onde deveriam trabalhar. Marlei, inclusive, trabalha com transporte de escolares.
Segundo nota emitida pela Sesp, Marlei e Eliana cumpriam funções em postos de trânsito do Detran e Claudinéia foi analista na secretaria, mas não foram encontradas em seus locais de trabalho, pela reportagem, porque já tinham sido exoneradas. No entanto, as denúncias sobre “fantasmas” estão sendo feitas há mais de três meses e desde então as três funcionárias eram procuradas sem ser encontradas.
A denúncia sobre “fantasmas” na Sesp causou revolta em muitas esposas de PMs que estão fazendo manifestações – na semana passada chegaram a fechar dois quarteis da corporação – para pedir aumento salarial para os maridos. O Governo Estadual garante que não tem dinheiro para pagar aumentos de salários e precisa cumprir o que está determinado na Lei de Responsabilidade Fiscal que limita os gastos com funcionários em 49% da receita do Estado.
