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A superlotação na cadeia, que abrigava 47 detentas, onde só caberiam 18, atrapalhou o resgate. continua após a publicidade |
Homens armados retiraram três mulheres envolvidas com tráfico de drogas que estavam detidas na carceragem da delegacia de Quatro Barras, às 22h de sexta-feira. Outras seis aproveitaram a oportunidade para voltar às ruas, mas duas delas foram recapturadas pela Polícia Militar menos de duas horas depois.
A superlotação na cadeia, que abrigava 47 detentas, onde só caberiam 18, atrapalhou os dois homens que foram resgatar as presas. Eles fizeram uma ?chamada? da porta de aço para localizar Cris Sanderlange de Araújo, Najara Silva Felix e Rosana Andrade de Souza. Também fugiram e continuam foragidas Claudinéia Neves, detida por assalto, Marta Felipe de Souza, por furto, Rosemeire Martins, também por furto, e Silvana Marins Neves, por tráfico.
A forma como os dois bandidos entraram na delegacia ainda está sendo investigada. Por uma das hipóteses levantadas, eles teriam entrado pela janela aberta do pavimento superior, o que só seria possível com o uso de uma escada ou de cordas. Outra é que tenham rendido o rapaz que tomava conta da delegacia, pela porta da frente.
Estrutura
A falta de estrutura da delegacia facilitou o arrebatamento das detidas. Na hora da fuga, o plantonista teve de sair para comprar seu jantar e, por falta de policial que ficasse em seu lugar, deixou um amigo sem qualificação ou treinamento para lidar com a situação. Quando o policial voltou, a fuga já havia ocorrido. Pelos primeiros levantamentos, não houve arrombamento.
A situação por que passa a unidade de Quatro Barras foi relatada à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) pela delegada Margareth Alferes Motta. ?Nós não temos funcionários suficientes para montar uma escala de plantão e recusamos o recebimento de três mulheres, por total falta de condições de abrigá-las na carceragem?, relatou. Aquela delegacia é a única da Região Metropolitana que recolhe mulheres, fora o 9.º Distrito Policial (Santa Quitéria), em Curitiba.
Conforme apurado pela delegada, um dos bandidos que resgatou as detentas é primo de Cris Sanderlange. ?É possível que eles estivessem observando a rotina da delegacia e, assim, souberam exatamente o momento de agir?, comentou a delegada. A equipe de Margareth se resume a três policiais. Deram apoio à delegacia, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e o 17.º Batalhão da Polícia Militar.