Quatro homens escaparam da carceragem do 7.º Distrito Policial (Vila Hauer) ao meio-dia de ontem, depois de serrarem as grades de uma janela. Os fugitivos estavam numa ala destinada a presos de menor periculosidade, com outros 14 homens. A fuga não foi maior porque os plantonistas perceberam a ação e efetuaram tiros de advertência, obrigando os detentos a permanecer na carceragem. Ganharam as ruas: Adriano Marques (preso por furto); Gilson Euzebia Rocha (atentado violento ao pudor); Marcos Antônio de Freitas Padilha (roubo) e Marcos José Correia Gomes (furto).
A carceragem do distrito da Vila Hauer está interditada, porém continua a abrigar presos e em excesso. Com capacidade para no máximo 30 detentos, 90 deles se espremiam nas duas alas existentes, antes da fuga.
A estrutura precária fica evidente quando se toma conhecimento de como ocorreu a debandada. Na ala de menor periculosidade há celas que não possuem vasos sanitários. Diante dessa situação, os presos não podem ficar trancados e se locomovem livremente para outras celas, o que facilita o contato e a organização de fugas. Assim, os presos, utilizando-se de uma lâmina, conseguiram serras as grades.
De acordo com o delegado Eduardo Castella, titular do 7.º DP, 15 minutos antes da fuga os plantonistas haviam realizado um vistoria no prédio. "A fragilidade da carceragem não é nenhuma novidade e a superlotação favorece a fuga", explicou. Segundo o delegado, aguarda-se a inauguração de novas unidades prisionais no Estado para que os detentos sejam transferidos do distrito, que não é local ideal para o cumprimento de pena.
Saída pelo telhado
Patrícia Cavallari
Cinco horas depois da fuga de presos do 7.º DP, outros seis detentos escaparam da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo. Os homens estavam na cela improvisada no solário e fugiram pelo telhado.
Por volta das 17h30 um morador do município viu o movimento dos presos e avisou os plantonistas. A câmera que monitora interna e externamente o solário está com defeito, o que impossibilitou os policiais de avistarem os presos subindo no telhado.
Eles fizeram uma espécie de gangorra com a "teresa" (corda feita com pedaços de pano) e empurraram a grade do teto, que já estava serrada. Do solário – onde estavam 31 reclusos -fugiram Cláudio Sobral Pinto, Edson Vanderlei dos Reis dos Santos, Jean Paulo Souza, Júlio Cézar Pereira Silva e outros dois homens, que até a noite de ontem não haviam sido identificados. Eles tinham sido transferidos há pouco tempo para o solário. A maioria dos criminosos está respondendo por assalto.
Na sexta-feira, os policiais recolheram algumas serras, mas não perceberam que as grades já estavam danificadas. Os policiais acreditam que o material usado foi jogado da rua e entrou pelos vãos do telhado. "Eles demoraram dias para serrar as grades. Sentavam na gangorra feita de pano e quando cansavam se revezavam", contaram os dois plantonistas.
Os outros presos foram transferidos para a outra ala, onde permanecerão até o telhado do solário ser reformado. Policiais militares fizeram buscas pela região, mas não encontraram os fugitivos. A delegacia tem capacidade para 16 presos e até a fuga abrigava 67.
