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As viaturas para transporte de cadáveres colocam em risco, por falta de manutenção, a vida do motorista e de quem estiver por perto.

Um deslizamento de pista que resultou no capotamento e perda total de uma viatura do Instituto Médico-Legal (IML), no último dia 31 de agosto, na BR-116, em Mandirituba, acabou por denunciar a falta de manutenção das viaturas deste órgão público.

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O acidente, diz o motorista Willian Latres, 23 anos, que por sorte não se feriu, foi causado provavelmente pelas más condições dos pneus traseiros da Traffic, que estavam ?carecas?. ?O policial rodoviário federal e a perícia constataram que essa foi a provável causa. Eu ainda disse que a homocinética do carro não estava boa, mas a polícia e a perícia acham que a culpa foi mesmo dos pneus?, disse o motorista. Com o capotamento, o cadáver transportado ainda ?voou? para fora do camburão, criando uma situação constrangedora.

Numa visita ao pátio do IML, é possível verificar que as viaturas, em geral, estão em péssimo estado de conservação, e não devem passar por manutenções há tempos. Pneus carecas, homocinéticas estouradas, falta de pneu socorro, triângulo e macaco, sem extintores ou vencidos, lanternas e giroflex quebrados, viaturas amassadas, falta de manutenção mecânica, portas sem trincos e fechadas com arames, são alguns dos problemas observados em uma rápida passada de olhos pelas quase ?sucatas? que circulam diariamente pela capital e região metropolitana.

Frota

O IML possuía cinco viaturas para recolhimento de cadáveres, sendo duas Traffic e três D20. Estas, descrevem os documentos, datam de 1996. Com a perda total de uma das Traffic no capotamento, são apenas quatro. Dentre elas, uma está encostada por falta de uma das correias do motor. Nesta mesma viatura, a reportagem da Tribuna encontrou o xerox autenticado pelo Detran de um documento de carro, dentro do porta-luvas, que além de estar vencido (relativa à quitação do IPVA de 2004), também não correspondia à placa da viatura (que roda com placa ?fria?).

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?Esses dias, só tínhamos duas viaturas na rua. As outras três estavam paradas por falta de freios?, comentou outro funcionário, que não quis se identificar, temendo represálias.

A falta de estrutura está presente também em outras áreas do prédio do IML, inclusive nas câmaras frigoríficas. Das 69 existentes, 23 estão estragadas e desligadas.

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Nas que restam, nem sempre a refrigeração funciona como deveria, o que causa um odor forte, perceptível até nos prédios vizinhos ao IML, em dias de calor.

A Tribuna citou o problema em reportagem do último dia 8, mas até agora, dizem os funcionários, o alerta não resultou em nenhuma melhoria.