Um foragido da Justiça foi baleado por guardas municipais, na manhã de ontem, na Praça Osório, centro. André Aparecido Jacinto, 20 anos, escapou há dez dias do 1.º Distrito Policial (Centro), onde estava preso por furto e desacato.
Houve corre-corre de crianças e pessoas que seguiam para o trabalho, mas ninguém ficou ferido. Por volta das 8h40, André caminhava na praça ao lado da irmã, quando foi abordado.
De acordo com assessoria de imprensa da Guarda Municipal, os agentes lhe deram voz de prisão ao suspeito, que forneceu três nomes diferentes. Quando percebeu que seria preso, André teria levantado a camiseta, esboçando sacar uma arma, e começou a correr.
Os guardas atiraram para conter o foragido, que, segundo socorristas do Siate, foi atingido com três tiros, dois na perna e um nas costas. André foi encaminhado ao Hospital Evangélico.
Sabrina Fabiana Jacinto contou que os dois iam tomar café e defendeu o irmão. “Não houve abordagem. Eles chegaram atirando. Meu irmão estava desarmado”, afirmou. Segundo a Guarda, nenhuma arma foi encontrada com o foragido.
Pânico
Testemunhas relataram os momentos de pânico na praça. Uma mulher que mora num edifício nas proximidades disse que ouviu quatro disparos. Muitos populares estavam irritados com a atuação dos agentes.
“Já peguei o número de um advogado para entrar com uma ação contra os guardas. Há um despreparo muito grande. Não se pode sair atirando desse jeito”, disse o técnico em tintas Luciano Roberto Campos. A assessoria informou que o caso será encaminhado para a ouvidoria da instituição, que vai apurar se houve excessos na ação.
Reclamações
Moradores reclamam da violência e do tráfico de drogas que domina as imediações da Praça Osório, principalmente na região não equipada com câmeras, como a Travessa Jesuíno Marcondes.
“É a pior rua da cidade. Fui assaltado três vezes nos últimos meses”, protestou o comerciante Luiz Eduardo Franco de Andrade. A praça conta com uma central de monitoramento da Guarda Municipal além de um módulo da Polícia Militar, que funciona até as 23h. “Faz sete meses que a polícia não dá uma geral”, disse um morador da região.
Segundo ele, a maior parte dos drogados se reúne em dois bares da Rua Visconde de Nácar e ficam perambulando usando crack, principalmente depois da meia-noite.