Elci (no detalhe) bebeu com os dois
criminosos, pouco antes de ser fuzilado.

Claudinei Aparecido Ribeiro, vulgo “Fião”, que escapou da delegacia de Piraquara, na última quarta-feira, junto com outros 15 presos, não esperou muito para cometer mais um assassinato e cumprir o que havia prometido dentro do xadrez. Ele é o principal acusado de um homicídio e de uma série de assaltos ocorridos na tarde de ontem em Piraquara. “Fião”, que estava preso por assalto a mão armada e homicídio, teria agido em companhia de um indivíduo identificado como Joelson. Às 16h de ontem, a dupla teria matado a tiros Elci dos Santos, 21 anos, conhecido como “Pretinho”, no meio da Rua Estel Alvez da Silva, no Guarituba Pequeno. Depois, os dois saíram aterrorizando a vizinhança, roubando carros e ameaçando moradores.

Segundo Roseli de Melo Oliveira, sogra de Elci, o jovem não tinha antecedentes criminais, nem envolvimento com drogas. O motivo do crime seria uma rixa antiga com “Fião”. “Há uns dois anos Elci brigou com ‘Fião’ porque ele estava assaltando muitas casas na região. Depois da briga, Fião’ jurou o Elci de morte”, contou Roseli.

“Infelizmente estávamos esperando acontecer alguma coisa assim, pois mesmo antes da fuga os presos já prometiam matar muita gente”, afirmou o investigador Soccol, da delegacia de Piraquara, lembrando que “Fião” era um dos que prometia sair barbarizando.

Rixa

Segundo os familiares da vítima, momentos antes de Elci ser executado ele estava em um bar da região bebendo junto com “Fião”, Joelson e o sogro. O rapaz acreditava que a rixa entre ele e “Fião” era coisa do passado e que já estava resolvida.

Ao sair do bar, antes de ir para casa, onde a esposa – grávida de cinco meses – e a filha de um ano o esperavam, Elci pegou uma bicicleta emprestada para visitar alguns amigos. O que ele não imaginava é que os dois assassinos, também de bicicleta, iriam atrás dele. Antes de chegar na casa dos amigos, a alguns metros do bar, Elci teria sido abordado por “Fião” e Joelson, que o executaram com três tiros. Segundo o perito Carlos Henrique, da Polícia Científica, foram dois tiros nas costas e um no braço direito. Em seguida, a dupla saiu assaltando e aterrorizando. Uma das vítimas de assalto disse que os dois pareciam estar totalmente drogados. Viaturas da Polícia Militar e da Rone saíram no encalço dos bandidos, mas não os encontraram. A polícia não soube precisar se Joelson também possui antecedentes criminais.

Assalto

Depois de assassinar Elci, sem levar nenhum pertence da vítima, os dois rapazes tomaram três carros e uma bicicleta em assalto antes de desaparecer. Primeiro, pegaram o Passat do pedreiro Persiliano Alves Jacó, 52 anos. O homem, que mora em Pinhais, estava fazendo obras na casa da filha, na Rua Otávio Inácio da Silva, a poucos metros de onde Elci foi assassinado, quando “Fião” e Joelson o abordaram. Os dois estavam armados. Além de espancar, chutar e dar coronhadas no pedreiro, ainda deram um tiro na direção dele, depois de tomar o Passat. “Por sorte não me acertaram, só estouraram o vidro do carro”, disse Persiliano. “Estavam tão loucos, drogados, que jogaram o carro na valeta”, apontou o pedreiro.

Depois de abandonar o veículo, a dupla tomou mais um Passat em assalto, na Rua São José. O carro também foi jogado em uma valeta. Os bandidos pegaram, então, um Fiat Uno e uma bicicleta e sumiram.

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