Adir Lima dos Santos, 50, o "Adir Pescoço", homicida que virou figura folclórica, em Campo Largo, por ter decapitado um desafeto na década de 80, foi preso na sexta-feira com sete buchas de maconha, um revólver calibre 32 e R$ 645 em dinheiro. Na ação que resultou na prisão de Adir, feita por três equipes do Serviço Reservado da Polícia Militar (P-2), também foram detidos três suspeitos de tráfico: André da Silva Gaspar, 45 anos, e Roberto Santana dos Santos, 28. De posse de mandados de busca e apreensão a polícia prendeu os suspeitos, em suas respectivas residências, e os conduziu à delegacia local.
André foi surpreendido em sua moradia, na Rua Domingos Cordeiro. Durante vistoria foram localizados aproximadamente 500 gramas de maconha escondidos no interior do guarda-roupa, no quarto da residência. Na casa de Roberto, situada na Rua Rosa Tanegrande, os policiais encontraram quatro tabletes de maconha e R$ 92,00, dinheiro que seria proveniente da venda do entorpecente. Adir, morador na mesma rua que Roberto, foi flagrado portando maconha, um revólver calibre 32, municiado e R$ 645,00. Todos alegaram ser usuários de drogas.
O capitão Buczenko informou que estão sendo intensificadas as ações da polícia no combate ao tráfico de drogas.
Tribuna divulgou caso na época
Na edição de 23 de junho de 1980, a Tribuna publicou "Decapitou a sua vítima". Na reportagem é contada a história de Adir confirmando o bárbaro crime. Na época, ele trabalhava como ensacador e tinha 25 anos. A vítima se chamava Orlando Hey e era dez anos mais velha que seu assassino. Em seu depoimento, há 20 anos, Adir disse que o motivo do crime foi a surra dada por Orlando em seu irmão, no interior de um bar.
O homicídio aconteceu no horário do almoço, em 22 de junho. Orlando almoçava com sua esposa e cinco filhos quando foi chamado por Adir. Os dois entraram em luta corporal, momento em que a vítima foi atingida por golpes de facão. Ferido, Orlando tentou fugir, mas foi alcançado no exterior da casa e houve uma nova briga. Com um golpe de machado, a cabeça rolou. Conforme o relato antigo, Adir estaria na companhia de um outro irmão, que não participou do assassinato. Com a cabeça em suas mãos, o homicida a teria erguido para o alto e gritado. "Esse é o fim de todo o macho."
Preso novamente em 2005, por posse de droga e porte ilegal de arma, Adir relembrou o crime e disse que matou em legítima defesa. Mostrando uma cicatriz no braço, concluiu: "Ele me atacou. Fiz isso para me defender".