Em um Fiat Palio estacionado na Avenida Visconde de Guarapuava, centro, a Polícia Militar encontrou dois pacotes contendo cocaína. O dono do tóxico, Gilberto Osório Marques, 32 anos, disse que seu uso era veterinário, mas a versão não convenceu a polícia e ele foi detido em flagrante às 20h45 de segunda-feira.
O Palio e um Gol parados num local sem residências e com o comércio fechado despertou a suspeita dos policiais do 17.º Batalhão da PM. O Gol tinha alerta de furto, mas depois foi confirmado que o condutor era mesmo o proprietário do carro, cuja queixa de furto não havia sido cancelada. Mas, embaixo do banco do passageiro do Palio AIA-5907, de São José dos Pinhais, havia uma caixa de sapatos contendo quatro pacotes de um pó branco.
Ao todo os quatro invólucros pesavam 1,59 quilo. “Levamos o material ao Instituto de Criminalística e em dois dos pacotes havia cocaína, misturada a outra substância”, disse o delegado Maurício de Oliveira, da Divisão de Narcóticos (Dinarc), responsável pelo flagrante. A mistura, de acordo com o delegado, é feita para aumentar o volume e o lucro na venda direta ao usuário. A quantidade da droga pura ainda não foi calculada pela polícia.
Antecedentes
Gilberto não quis falar à imprensa, mas em seu depoimento na Dinarc negou que comercializasse a droga. Ele falou que o produto encontrado com ele é vendido para criadores de animais e aplicado na vagina de vacas, porcas, cabras e éguas. A finalidade, segundo o preso, seria aumentar a libido das fêmeas e incentivar a reprodução. “Ele não é veterinário e não tem autorização para transportar cocaína”, rebateu o delegado.
O detido responde a um outro inquérito por tráfico de drogas e formação de quadrilha, movido pela Polícia Federal, em Londrina. “Estamos investigando se ele trazia a droga de São Paulo para revender a traficantes menores em Curitiba. É possível que a pessoa que conversava com Gilberto no momento da prisão fosse vendedor de entorpecente”, disse Oliveira.