Fiscal da Receita armado até os dentes

Um corriqueiro acidente, por volta das 11h de ontem, no cruzamento da Rua Francisco Rocha e Avenida Batel, acabou virando caso de polícia. O fiscal da Receita Federal aposentado Wilson Zarob Tomé, 58 anos, carregava no carro um verdadeiro arsenal. Ele foi preso por policiais militares e encaminhado ao 3.º Distrito Policial (Mercês), onde foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma.

Wilson havia acabado de sair de seu apartamento, na Rua Saldanha Marinho, 2117, no Batel, com seu Vectra, ano 98, placa BAH-0700, carregando cinco armas: uma escopeta, duas pistolas e dois revólveres. Ele entrou na Rua Francisco Rocha. O trânsito estava congestionado. O semáforo ficou verde, só que o carro que estava na frente não pôde prosseguir, pois bloquearia o cruzamento. Talvez sem perceber, Wilson acelerou o carro e bateu na traseira do veículo.

Testemunhas informaram que o motorista do Vectra desembarcou do carro nervoso, com um revólver cano longo nas mãos. Ele teria "gritado" com o condutor do outro carro: "Não está vendo que está verde". Outras pessoas, tentaram se aproximar, mas foram obrigadas a se afastar. A confusão, em plena Avenida Batel, fez com que populares acionassem policiais do Batalhão de Trânsito (BPTran), que ao chegarem ao local revistaram o Vectra e encontraram as armas. Além do arsenal, o fiscal ainda transportava um giroflex e um colete à prova de balas.

O delegado Carlos Castanheiro, titular do 3.º DP, informou que a vítima do acidente não compareceu à delegacia. Ele disse que o fiscal negou ter ameaçado o condutor do outro carro e as pessoas que estavam no local com a arma. Em seu depoimento, Wilson disse que ao abrir a porta do Vectra, uma das armas teria caído. Ele alegou ainda que gosta de armas, é colecionador e estava levando o arsenal para entregar no distrito. "Todas as armas estão regulamentadas junto à Polícia Civil. Ele estava trazendo para o distrito", informou o advogado do fiscal, Márcio Pinheiro, apesar de seu cliente ter tomado o caminho inverso da delegacia, que fica no bairro Mercês. Quanto à regulamentação, o delegado informou que não existiria crime se o arsenal fosse descoberto antes da Lei do Desarmamento, que inutilizou toda a documentação anterior que Wilson tinha.

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