Foto: Átila Alberti/Tribuna |
Três do grupo – Rogério, André e Sérgio – estão fora de circulação. continua após a publicidade |
Uma poderosa quadrilha especializada em roubos de carros-forte, transportadoras de valores e bancos, que agia no sul do país, foi desmantelada em uma operação conjunta das polícias do Paraná e de Santa Catarina. Rogério Mattos da Luz, o "Batman", 28 anos; André Almeida Gama Borges, 34, e Sérgio Francisco da Costa e Silva, 27, foram presos. Com o trio, foi apreendido "pesado armamento, incluindo seis fuzis (AR-15, Ruger, AK-47 e AR-15 baby), escopetas calibres 12 e duas pistolas 380. Além de três granadas, bananas carbogel e um artefato pronto para ser detonado, que foi explodido por medida de segurança. Também foram encontrados jalecos da Polícia Federal, roupas camufladas, radio-comunicadores, carregadores, aproximadamente 400 cartuchos de fuzis e 15 de pistolas, coletes à prova de balas e duas insígnias da Polícia Civil de São Paulo. Dois Astra, um Golf e uma camioneta Dakota estavam em poder do trio.
Roubos
Carros de luxo também faziam parte dos "bens" do bando. |
Em um ano, a quadrilha praticou seis roubos em Santa Catarina, sendo três no ano passado e os outros este ano, causando um prejuízo de R$ 5 milhões, conforme informou o delegado Renato Henalges, da Divisão Anti-seqüestro catarinense. "Este ano eles tentaram roubar duas vezes a Transportadora Proseg, em Itajaí.
Em uma delas, há dois meses, explodiram paredes, mas quando entraram os seguranças já estavam preparados e abriram fogo contra os quadrilheiros", contou o policial. Na ocasião, Sérgio, que já tem antecedentes criminais por receptação em São Paulo, foi baleado no braço.
"Eles mataram um motorista de carro-forte covardemente. Atiraram contra a cabeça da vítima", lembrou Henalges.
Durante uma das ações do grupo houve confronto com a polícia e um dos integrantes da quadrilha – Claudemir Alves – foi morto. Hanalges disse que para praticar roubos em Santa Catarina, os quadrilheiros se disfarçaram de funcionários do Departamento Nacional de Trânsito (Denit), para interceptar o carro-forte.
No Paraná, o grupo é apontado como autor da invasão ao posto da Polícia Rodoviária Federal, na BR-116, para roubar armamentos e por um assalto contra um doleiro, ocorrido há dois anos em Guarapuava, quando foram roubados R$ 3,8 milhões.
Prisões feitas na Região Metropolitana
Rogério, André e Sérgio, fotografados pela polícia logo após
as prisões. (Foto: Divulgação)
Há mais de três meses a quadrilha começou a ser investigada pelo serviço de inteligência das polícias do Paraná e de Santa Catarina. Há aproximadamente 30 dias, policiais do Rio Grande do Sul prenderam José Carlos dos Santos, o "Seco", 30 anos, e comunicou o Cope que o chefe da quadrilha estava residindo na Região Metropolitana de Curitiba. "Durante as investigações, policiais descobriram que Rogério Mattos da Luz estava morando em uma casa no centro de São José dos Pinhais", disse o delegado Marcus Vinícius Michelotto, do Cope.
Uma equipe chefiada pelo delegado Rodrigo Brow de Oliveira passou a monitorar os movimentos do líder do grupo e de seus cúmplices. Na tarde de terça-feira, aguardou o trio, que foi levar Sérgio a um consultório médico, no Alto da Quinze, para retirar a bala que havia atingido o braço do assaltante durante um confronto em Santa Catarina, e efetuaram a prisão.
Nome falso
"O Rogério se identificou pelo nome de Claudemir Alves, que era o seu comparsa morto durante o mesmo confronto em que Sérgio foi ferido. André Almeida Gama Borges, 34, forneceu o nome de André Silva Nascimento. Os dois e Sérgio já estavam com mandados de prisão decretados", contou Rodrigo.
Na seqüência, os policiais foram até a casa de Rogério, que é apontado como líder do grupo, e encontrou o armamento e os artefatos. Na residência, foram apreendidos computadores com mapas rodoviários de todo o Brasil, fotos de trechos de estradas e aeroportos, que eram utilizados para fazer o levantamento de malotes de dinheiro transportados e outros registros. "Eles rastreavam carros-fortes", disse o delegado Michelotto. "Apuramos que o Rogério fazia os levantamentos e fornecia as armas e munição, mas normalmente não participava diretamente da ação", acrescentou Rodrigo.
Bombas
Na casa também foi encontrado um tubo de PVC com massa de tiro, pronta para a detonação. "Detonamos o artefato na terça-feira para não correr o risco de ele explodir. Seria utilizado em um assalto contra dois carros-fortes, planejado para acontecer em Lages (SC), nos próximos dias", informou o delegado Rodrigo.