Fim de semana registrou 27 mortes violentas em Curitiba e RM

Curitiba e região metropolitana tiveram um início de Carnaval com muita violência. Da noite de sexta-feira até o início da noite de ontem, o Instituto Médico Legal (IML) da capital recolheu 27 corpos de vítimas de mortes violentas. Dezesseis casos foram de homicídios, sendo sete ocorridos em Curitiba e nove nos municípios vizinhos. Só em Almirante Tamandaré aconteceram três crimes. Um deles resultou em casas incendiadas como suposta vingança pelo assassinato.

Valdemar de Oliveira, o ?Baixinho?, 23 anos, foi morto a tiros na Rua Bracatinga, Vila Chico Mendes, em Almirante Tamandaré, por volta das 18h30 de sábado. Segundo informações da delegacia do município, ele foi chamado em casa, no Jardim Bomfim, por quatro homens. Pegou carona com o grupo até a Rua Bracatinga, no bairro vizinho, e foi executado no meio da rua. Ainda não se sabe quem eram os criminosos nem por qual motivo a vítima aceitou a carona e se desentendeu com eles. Valdemar tinha antecedente criminal, de quando ainda era adolescente, mas a polícia não conseguiu apurar por qual crime. Familiares estiveram no local do assassinato e permaneceram ao lado do corpo até a chegada do IML.

Inferno

Duas horas depois do corpo de Valdemar ser recolhido, a Vila Chico Mendes virou um ?inferno?. Quatro casas, distantes cerca de 50 metros uma da outra, e de aproximadamente 50 metros quadrados cada uma, pegaram fogo. Acredita-se em incêndio criminoso, como forma de vingança pela morte de Valdemar. A polícia investiga se os incêndios têm relação com o assassinato e verifica se o autor do crime era morador de uma das casas.

Segundo relatório do Corpo de Bombeiros, as quatro casas ficavam praticamente no mesmo terreno, na Rua Bracatinga, a mesma onde ocorreu o homicídio. Três delas, de madeira, ficaram destruídas. A quarta, de material, ficou parcialmente queimada.

Os moradores não foram localizados pelos bombeiros, que iniciaram os trabalhos às 22h20 de sábado e terminaram à 1h30 de ontem. Cerca de nove mil litros de água foram utilizados e cinco viaturas, entre elas três de combate a incêndio, estiveram no local. Por ser uma ladeira muito íngreme, dois caminhões de água tiveram dificuldades em sair do local e tiveram que ser puxados por um trator.

Viciado paga conta com a vida

Há cinco anos viciado em crack, Valmir Antônio Costa, 38 anos, quitou sua dívida com traficantes dando a própria vida. Ele foi agredido e morto num terreno baldio da Rua Antônio Johnson, no Parque São Jorge, em Almirante Tamandaré, no mesmo bairro em que morava, não muito longe de sua casa. O crime deve ter ocorrido no final da madrugada de ontem, mas o corpo só foi achado por volta das 8h.

Joacir de Jesus, cunhado da vítima, contou que a família descobriu sobre o vício de Valmir há três anos. Tentaram interná-lo por três vezes, mas da última vez, os médicos não o queriam mais na clínica, de tanto que aprontou. ?Ele não queria se tratar. A vontade dele era continuar nessa vida?, lamentou o cunhado, que revelou que a vítima vinha sendo ameaçada por traficantes, caso não pagasse suas dívidas de drogas.

Valmir, contaram familiares, furtava coisas de casa para vender e sustentar o vício e, ultimamente, ameaçava os próprios familiares para que lhe dessem dinheiro. Há algumas semanas, já tinha levado uma surra de desconhecidos, como ?aviso? de que deveria pagar suas dívidas.

Agente funerário, outra vítima

Daniel Derevecki
Fusca de Elias foi abandonado no Contorno Norte.

Uma confusão por motivo desconhecido, ocorrida dentro do Maveco?s Bar, situado à margem da Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, foi a causa da morte do agente funerário Elias Figueiredo Pereira, 25 anos. Ele foi baleado pouco depois das 3h de ontem, na frente do estabelecimento. Levado por amigos ao Hospital Cajuru, não resistiu e chegou morto. Os marginais que atiraram nele tentaram fugir num Chevette, que estragou. Então fugiram no carro da própria vítima, encontrado depois no Contorno Norte.

Segundo contou Eliezer, irmão da vítima, Elias divertia-se com amigos no bar. Não se sabe por que, houve uma discussão com outro freqüentador do estabelecimento. A turma do ?deixa disso? acalmou os ânimos dos brigões, que decidiram ir embora. Na saída, o rival, desconhecido de Elias, sacou uma arma e disparou entre seis e oito tiros contra ele. O Chevette placa LXM-7205, do atirador e de seu comparsa, não funcionou. Os dois quebraram o vidro do Fusca placa IIN-3514, de propriedade da vítima e, com ligação direta, acionaram o carro e fugiram.

Eliezer suspeita que seu irmão tenha sido vítima de um latrocínio (roubo com morte), pois além dos bandidos levarem o carro de Elias, roubaram cerca de R$ 21,00 que ele tinha no bolso. O Fusca foi achado no Contorno Norte, na região da Lamenha Pequena, Curitiba.

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