Filho testemunha morte do motorista no Sítio Cercado

O motorista Sebastião Abel da Cruz (foto), 48 anos, só queria ser um homem honesto, trabalhador e com as coisas corretas ao seu redor. Mas foi justamente por este sentimento ordeiro que ele foi ameaçado de morte e assassinado, na noite de sexta-feira. Homens encapuzados invadiram a casa dele, na Rua Arão Lamenha de Siqueira, no Bairro Novo A, Sítio Cercado, e cruelmente o fuzilaram com pelo menos 10 tiros, na presença de seu filho de 12 anos.

Sebastião trabalhava para uma loja de materiais de construção, fazendo entregas. Ele chegava em casa do trabalho, por volta das 20h, e terminava de estacionar o caminhão na garagem, quando ouviu um barulho no portão. O investigador Job de Freitas, da Delegacia de Homicídios, apurou que quando o motorista notou dois homens vestindo capuzes na rua e vindo em sua direção, Sebastião trancou o portão e correu para dentro de casa. Mas os homens arrebentaram o portão e a porta da sala e invadiram a residência. Por conhecerem a rotina do trabalhador, os bandidos já deviam estar há algum tempo do lado de fora, esperando o homem chegar.

Lá dentro, os assassinos se depararam com o garoto de 12 anos, único filho da vítima. O garoto contou à polícia que os marginais o mandaram pular a janela e sumir dali. Mas o menino se trancou no quarto e ficou debaixo da cama, ouvindo os tiros no corredor. Sebastião foi executado com cerca de 10 balas calibres 380 e ponto 40 no peito e cabeça, na porta do banheiro. Assim que tudo silenciou, o garoto saiu do quarto, viu o pai morto e saiu à rua gritando por socorro aos vizinhos. Em seguida, chegou a esposa de Sebastião, que fazia compras no mercado.

Ordem

Segundo familiares do motorista contaram ao investigador, na esquina da casa e proximidades, viciados costumam se reunir para usar drogas e fazer arruaça. Sebastião sempre ia falar com os jovens, para que parassem com a bagunça e fossem embora, pois queria sossego perto de seu lar. Numa das vezes, teria até brigado de facão com um dos marginais. Em outra situação, no final do ano, o motorista foi mais uma vez exigir ordem na rua e acabou ameaçado de morte por um dos viciados. A polícia esteve na casa do suspeito, mas não havia ninguém lá.

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