Monstruosidade

Filho mata a mãe a facadas e a enterra no quintal

Crime bárbaro aterrorizou moradores da invasão Shalom, no Santa Cândida, na manhã de ontem. A aposentada Edith de França Santos, 59 anos, foi morta a facadas e tesouradas pelo próprio filho, que a enterrou na horta da casa, na Travessa da Luz.

O assassinato teria acontecido na noite de quinta-feira, mas somente ontem o corpo foi encontrado pelos vizinhos. Paulo Rodrigo dos Santos, 36, se entregou à polícia e confessou o crime na Delegacia de Homicídios.

Aliocha Maurício
Paulo deu detalhes do crime.

Paulo foi ouvido pelo delegado Hamilton da Paz e contou detalhes do crime. Na noite de quinta-feira, o homem disse para a mãe que ia sair e a mulher, na tentativa de evitar que o filho fosse atrás de crack, o ameaçou com uma faca.

“Ela disse que preferia me ver morto que entregue às drogas”, contou. “Peguei uma tesoura da gaveta e acertei dois ou três golpes”, descreveu. Paulo relatou que se internou várias vezes para se livrar do vício, mas a droga foi mais forte.

Canteiro

O delegado contou que, depois de derrubá-la, Paulo pegou a faca que a mãe segurava e deu-lhe outros golpes, um no pescoço. Em seguida largou as armas e saiu. “Quando voltou, fez o buraco e enterrou Edith.”

O homem e familiares registraram boletim de desaparecimento de Edith na Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC) e começaram a procurar pela aposentada.

A busca terminou quando os familiares desconfiaram de um canteiro novo no quintal da casa. “Estranhamos que havia um pedaço de terra mexida nos fundos”, disse Crislaine dos Santos, sobrinha da vítima.

Na manhã de ontem, eles resolveram cavar o terreno e encontraram o corpo de Edite, bastante ensanguentado. As armas do crime – uma faca e uma tesoura – estavam escondidas na casa.

Enquanto a polícia retirava o corpo, Paulo foi até o 1.º Distrito Policial (centro) para se entregar. Segundo moradores, na quinta-feira, Paulo estava acompanhado da namorada e de mais duas pessoas.

Medo dos outros

Marcelo Vellinho

Parentes lembraram que Edith era querida na vizinhança e fazia de tudo para ajudar o filho. “Ela estava aposentada, mas fazia bicos como empregada doméstica só para sustentar o vício do filho pelas drogas”, disse Manholer, cunhado da vítima e ex-policial civil.

“Ela pagava as dívidas dele com os traficantes e também os advogados que ele precisava. O medo dela era de que os traficantes o matassem”, acrescentou a sobrinha Crislaine.”

Embora fosse usuário de drogas e costumasse ficar alterado frequentemente, Paulo nunca havia agredido a mãe, nem mesmo quando os dois discutiam. “Ele era dócil e educado. Nunca foi violento, principalmente com a família”, disse Manholer. “As informações são de que ele teria sido convencido a cometer o crime”, comentou o tenente Augusto, do 20.º Batalhão da Polícia Militar.

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