Filho da cartomante será investigado no lugar da mãe

As suspeitas que recaíam sobre a cartomante Vera Petrovich, quanto ao assassinato de Giovanna dos Reis Costa, 9 anos, recaem agora sobre seu filho. Na manhã de ontem, Pero Petrovich Theodoro Vichi, 18, foi interrogado na delegacia de Quatro Barras e preso por uso de documento falso. Para o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) o rapaz passou a ser suspeito do crime. Porém, os policiais ressaltam que apenas exames complementares, que estão sendo feitos no Instituto de Criminalística, poderão comprovar as suposições, uma vez que, por enquanto, não há provas concretas incriminando-o.

Pero, que mora com sua companheira de 15 anos e com a mãe, na casa ao lado do terreno baldio onde foram encontradas as roupas de Giovanna, foi ouvido ontem pela delegada Margareth Motta. O depoimento dele não trouxe nenhuma informação de grande relevância para a elucidação do caso, mas esclareceu que sua mãe, Vera, não estava em Quatro Barras quando a menina foi morta. Para os próximos dias -nenhuma data foi definida -, espera-se o comparecimento de Vera Petrovich, a cartomante conhecida por Dona Diva, para prestar esclarecimentos. Oficialmente, ela ainda não foi intimada.

Apesar de negar qualquer envolvimento no assassinato da criança, Pero confirmou que ele e sua esposa viram Giovanna no dia que ela desapareceu e que compraram uma rifa da menina. Ao se apresentar à delegada, ele entregou uma carteira de identidade que não tinha registro junto ao sistema de dados da polícia, e foi preso por uso de documento falso. Além disso, um morador da região também disse ter sido ludibriado pela família de Pero, que lhe exigiu um televisor e um carro, em troca de trabalhos espirituais.

Os antecedentes do rapaz, somados ao fato de as roupas da menina estarem ao lado de sua casa, fazem a polícia investigá-lo com mais atenção.

Cuidado

A delegada e os investigadores do Sicride, ressaltam que esperam os resultados dos laudos do Instituto de Criminalística para ter embasamento nas acusações. Da casa da cartomante foram retiradas roupas e um colchão para serem periciados. Essas peças não apresentavam manchas de sangue, mas estavam úmidos por terem sido lavados recentemente. "Não temos provas suficientes para acusá-los", disse a delegada, ressaltando que ainda há outros suspeitos sob investigação.

Devido à grande comoção popular gerada a partir do crime, a polícia prefere não divulgar muitos dados da investigação para que as pessoas não interpretem fatos de maneira equivocada e façam "justiça com as próprias mãos" contra inocentes.

A ausência da cartomante, do filho dela e da nora, depois do assassinato de Giovanna foi justificada pela presença deles em uma festa que ocorreu em Curitiba. Os três se deslocaram de Quatro Barras à capital para acompanhar o casamento de um outro filho de Vera.

A delegada informou que o próximo passo será averiguar a veracidade de todas as informações repassadas durante o interrogatório.

Giovanna foi vista com vida pela última vez na tarde do dia 10 de abril, tentando vender rifas de Páscoa pelas ruas do Jardim Patrícia, onde residia. Dois dias depois, o corpo da menina foi encontrado em um terreno baldio, dentro de um saco plástico, a poucas quadras da residência dela. Giovanna estava nua e amarrada. Havia sinais de espancamento e de violência sexual.

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