Fica mais perigoso caso de extorsão a pedófilos

O escândalo que resultou na prisão de 18 policiais civis, envolvidos na rede de pedofilia associada a extorsões, não deixa apenas as famílias das meninas aliciadas em pânico. Policiais militares que ajudaram nas investigações estão sendo ameaçados, e um deles já sofreu atentado. A segurança dos PMs foi reforçada, mas a família das garotas preferiu tomar outras providências. Uma delas foi pra São Paulo, outra está refugiada em uma chácara, e uma terceira família se prepara para deixar o Paraná.

Na segunda-feira, policiais militares foram até a casa de uma das jovens, no Portão, para conversar com a família dela. Por volta do meio-dia, um Fiat Uno vermelho passou em frente à residência e os ocupantes atiraram contra o muro. Os policiais correram até o portão, mas não conseguiram anotar a placa do veículo. A família deixou a casa naquele mesmo instante.

A PM já desconfiava que o tiro se tratava de um recado, não apenas para a adolescente, mas também para os policiais militares que ajudam nas investigações, uma vez que a viatura estava parada em frente à residência.

A desconfiança foi comprovada horas mais tarde.

Atentados

Na mesma noite, um policial militar que acompanha o caso chegava em casa quando alguém atirou contra ele. Por sorte, o soldado saiu ileso. O mesmo PM já tinha sofrido outra ameaça. Em frente a sua residência foi deixado um cartaz com o recado: "Saia daqui, estamos na tua cola." Por precaução, a segurança dos policiais que participaram das investigações foi reforçada.

Depois do atentado sofrido, a família da jovem mudou-se às pressas. "Nós sabemos que ainda há pessoas envolvidas que não estão presas, por isso, não tem como continuar vivendo aqui. Depois de tudo o que aconteceu, minha irmã até parou de estudar", disse a irmã da garota.

Presos

A Corregedoria da Polícia Civil já prendeu 20 pessoas envolvidas no esquema. Três policiais, entre eles um delegado, continuam foragidos. Os policiais, lotados no 7.º, 4.º e 12.º Distrito Policial, são acusados de extorquir pedófilos em flagrantes montados por Luciana Polerá Correia Cardoso, 21 anos, que também está presa. Ela era a responsável por aliciar meninas em colégios públicos para orgias.

Permanecem presos dois delegados, Luciana e seu tio Lincoln, dois agentes administrativos e 14 policiais civis. Os nomes dos envolvidos ainda não foram divulgados sob alegação de segredo de Justiça.

O Ministério Público prometeu revelar a identificação dos acusados assim que o inquérito for concluído.

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