Subiu para 28 o número de homicídios do fim de semana, em Curitiba e Região Metropolitana. Nos dois casos, as vítimas foram levadas feridas ao hospital, mas morreram na terça-feira.
Envolvido no tiroteio ocorrido na madrugada de domingo, durante uma festa junina, no pátio da igreja Santa Mônica, em Piraquara, Laércio Pereira, 33 anos, morreu no Hospital Cajuru. Testemunhas relataram que Laércio e seu sobrinho (que seria o pivô da confusão) trocaram tiros com Celso Roberto de Oliveira, 30. Celso morreu no local e Laércio foi internado. De acordo com o delegado Osmar Feijó, o nome do suspeito é Maicon e ele estaria escondido no litoral.
Agressão
Antônio Edevaldo, 24 anos, morreu no mesmo hospital. Ele foi vítima de agressão, em São José dos Pinhais, no sábado. O autor do crime já é conhecido da polícia e terá a prisão solicitada à Justiça. Segundo o superintendente Roberto de Miranda, por volta das 19h de sábado Antônio foi até a residência de sua ex-mulher, na Rua Francisco Toczec, no bairro Afonso Pena. Aparentando estar embriagado, arranjou confusão e levou pauladas de Valdecir de Oliveira, que estava na casa.
Números assustam policial
Mara Cornelsen
Allan Costa Pinto |
Bicudo: acúmulo de serviço e falta de estrutura. |
Os 28 casos de homicídios ocorridos em Curitiba e Região Metropolitana no último fim de semana assustaram também experientes policiais, que lamentam a falta de estrutura dos órgãos de segurança pública. O acúmulo de serviço e a demora nas investigações, especialmente por falta de pessoal, propiciam a impunidade dos criminosos.
Para Valdir Bicudo, 51 anos, 26 dedicados à Polícia Civil – atualmente está lotado no 3.º Distrito (Mercês) e é pré-candidato a vereador de Curitiba, pelo PPS – dizer que a criminalidade aumentou por conta das desigualdades sociais e do tráfico de drogas é repetir uma ladainha que todos conhecem. ?O importante é dar efetivo combate a isso?, comenta, explicando que se faz necessária uma gestão de integração do trabalho da Polícia Civil com o da Polícia Militar e o da Guarda Municipal. ?Operações integradas, realizadas de maneira enérgica, identificando os focos da violência seriam formas gradativas de minimizar o problema?, ressalta. Lembrando da Operação Escudo, colocada nas ruas recentemente pela PM, que reforçou o policiamento ostensivo em toda a cidade, Bicudo diz crer que este é um bom caminho para proteger o cidadão.
No caso da Polícia Civil, que faz o trabalho judiciário, a falta de pessoal – problema que já vem sentido há mais de 15 anos – sucateia as ações investigativas. ?Precisamos de concursos para repor as perdas e pelo menos equiparar o número de policiais com o crescimento da população?, lembra ele.