Fecha-se cerco contra a “baronesa do sexo”

O cerco contra Mirlei de Oliveira, 47 anos, que ficou conhecida como a “baronesa do sexo” depois de agir durante anos como uma das mais famosas cafetinas de Curitiba, está se fechando. Outras três mulheres que trabalharam para ela como garotas de programa procuraram a polícia e confirmaram a história de extorsão denunciada por M.L., de 23 anos, no final do mês passado. M.L começou a fazer programas sexuais aos 19, contratada por Mirlei, e mudou-se para os Estados Unidos, de onde retornou para contar o que sabia à polícia brasileira.

De acordo com o delegado do 1.º Distrito Policial, Silvan Rodney Pereira, a partir da denúncia feita por M.L outras três ex-garotas de programa contaram como viviam sob o terrorismo de Mirlei. Segundo os depoimentos, elas eram obrigadas a prestar conta de tudo o que recebiam, como roupas e produção em um sofisticado salão de beleza, ganhando muito pouco pelo trabalho. Caso resolvessem deixar a “casa” de Mirlei, eram ameaçadas por ela. A partir das denúncias, foi aberto um inquérito policial e decretada a prisão temporária da acusada, por cinco dias. Com mandado de busca e apreensão expedido pela Central de Inquérito, os policiais foram até a chácara em Colombo, onde funciona uma das casas de programas mais “bem freqüentadas” da Região Metropolitana de Curitiba, da qual Mirlei é a proprietária. Lá, foram encontrados vários documentos que a remetem à rede de prostituição, o que culminou em um novo mandado de prisão, desta vez sem previsão de tempo.

Crimes

De acordo com o delegado, há informações de que, mesmo estando foragida, Mirlei continua gerenciando o prostíbulo à distâncias. O mandado de prisão foi expedido pelos crimes de extorsão, tráfico de drogas e lenocínio (fomentar, favorecer ou facilitar o exercício da prostituição). Ela também é acusada de manter escravas brancas, uma vez que comercializava garotas de programa em várias cidades do Brasil e exterior, tendo seus “negócios” expandidos até mesmo para a Europa e África.

A rede de “amigos” influentes construída durante os anos de cafetinagem, está contribuído para que Mirlei drible o cerco armado pela polícia. Mediante extorsão, muitos clientes, espalhados por várias cidades brasileiras e a maioria deles bastante conhecidos, estão sendo obrigados a dar cobertura à fuga da “baronesa”. Hospedada em hotéis e casas de “clientes”, ameaçando contar o envolvimento deles com a prostituição, Mirlei está conseguindo fugir da polícia há mais de 15 dias. Porém, os rastros deixados por ela estão ajudando os investigadores na perseguição.

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