Famílias de vítimas de acidente aéreo cobram agilidade

As quatro famílias da região Sul que perderam entes queridos no acidente com o avião da Gol, em 2006, em uma colisão com um jato Legacy, estão tentando marcar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff.

As famílias pretendem fazer um apelo à presidente para que ela auxilie na aceleração do processo judicial que apura o acidente. Em toda a região Sul são nove famílias cujos parentes morreram no acidente.

O voo da Gol seguia de Manaus para o Rio de Janeiro, quando se chocou com o Legacy e caiu na mata, no Mato Grosso. Os sete ocupantes do Legacy sobreviveram, enquanto que os 154 passageiros da Gol morreram.

A representante do Movimento 190 Milhões de Vítimas na região Sul, Rosane Gutjahr – que perdeu o marido, Rolf Ferdinando Gutjahr, no acidente -, reclama que as últimas oitivas de testemunhas estão demorando para acontecer.

A Justiça do Mato Grosso ainda não agendou os interrogatórios das testemunhas norte-americanas, que serão feitos por videoconferência. Segundo ela, se a Justiça não decidir sobre a condenação dos pilotos do Legacy (Joseph Lepore e Jan Paladino) até junho deste ano, o processo pode prescrever.

Ontem encerrou o prazo para os pilotos concordarem em falar. “Estamos pedindo socorro para a mídia e também para a presidência. A sociedade deve se indignar com essa demora, não deve aceitar isso”, reclamou Rosane.

Depois do acidente, foram instaurados dois processos: o primeiro, em 2007, contra os pilotos do Legacy; e o segundo, em 2009, com base no relatório de uma perícia particular contratada pelas vítimas.

Essa perícia constatou que o aparelho anticolisão do Legacy estava desligado e que os pilotos voavam em uma zona que não teria sido liberada para uso. Num primeiro momento, a Justiça absolveu os dois pilotos, mas depois voltou atrás e eles continuam indiciados. Porém, eles estão em liberdade e um deles, inclusive, continua atuando nos Estados Unidos.

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