A mãe de Anderson Siqueira, 30 anos, ficou velando o corpo do filho durante duas horas, na noite de ontem, esperando que policiais militares chegassem à Rua Laudelino Ferreira Lopes com Rua Deputado Waldomiro Pedroso, bairro Novo Mundo, para atender ao homicídio. O crime aconteceu por volta de 19h e só às 21h em ponto uma equipe do 13.º Batalhão da Polícia Militar, localizado a cerca de um quilômetro dali, compareceu ao local.
Depois que a ambulância do Siate constatou o óbito e deixou o endereço, dezenas de pessoas, entre elas parentes, amigos da vítima e moradores da região, se aglomeraram ao redor do corpo demonstrando revolta com a situação. A própria vizinhança teve de isolar a área atravessando carros na rua para impedir que mais curiosos chegassem perto do cadáver.
A mãe de Anderson tomava água com açúcar, chorando junto ao filho morto. O pai teve que sair do local porque passou mal.
Quando a polícia finalmente deu o “ar da graça”, os soldados Emerson e Schneider tentaram explicar a demora à população, dizendo que estavam atendendo outros homicídios.
Conforme amigos da vítima, Anderson era servente de pedreiro e morava com os pais na Rua Luiz Leopoldo Landal, perto de onde foi assassinado. A vítima era separada da esposa e tinha um filho.
O rapaz caminhava com a namorada quando foi surpreendido pelo assassino, que estava de bicicleta. A perícia do Instituto de Criminalística constatou que a vítima foi morta com dois tiros na cabeça e no peito. No bolso da blusa dele foi recolhido um cachimbo para uso de crack.
Droga
Bastante revoltada, uma comerciante que mora há 10 anos no condomínio situado na rua onde aconteceu o crime, contou que ouviu três tiros. Ao sair na sacada de casa, a mulher, que preferiu não se identificar, viu o rapaz morto no meio da rua. “Os disparos foram tão fortes que parecia barulho de bomba”, contou. A polícia acredita que a arma utilizada no crime foi um revólver calibre 38.
Uma amiga da família, que se identificou como Maria, revelou que Anderson era usuário de drogas e várias vezes soube que o pai dele foi até a Vila Uberlândia, no mesmo bairro, para quitar as dívidas que o filho fazia com traficantes e impedir que ele fosse morto.
A mesma comerciante alertou para a insegurança da região. Ela disse que no estádio do Capão Raso há movimentação de desocupados que não escolhem horário do dia para usar drogas e promover arruaças.