O homem contou que conheceu Vanessa e Maria Auxiliadora em uma loja de automóveis, no mês de abril deste ano. As mulheres começaram a conversar e o ancião acabou contando que tinha problemas na perna, momento em que elas comentaram que poderiam fazer um tratamento com ervas, o que curaria a enfermidade. As mulheres se encontraram novamente com o homem e apresentaram Carlos Roberto Rististisch, como pastor de uma igreja evangélica. Com o passar do tempo, os três ganharam a confiança do ancião e começaram a pedir colaborações em dinheiro para uma igreja de Salvador. Para dar veracidade à história, eles levavam a vítima até o banco para efetuar os depósitos no caixa automático, que emitia os recibos em nome da igreja baiana. Só que os envelopes estavam vazios.
Veneno
O superintendente Miguel Gumiero, da DH, disse que as mulheres também furtaram talonários de cheques do homem e documentos da mãe dele. “A Maria Auxiliadora fez compras em várias lojas de shoppings e se identificava como mulher da vítima para repassar os cheques”, contou o policial. Ele disse que, em outubro, os golpistas não se contentaram em lesar o ancião financeiramente e resolveram matá-lo.
De acordo com as provas recolhidas, Maria Auxiliadora foi até uma farmácia e comprou remédio para dormir, tarja preta, em nome de Carlos Roberto. Na seqüência, ela e Vanessa foram até a casa do ancião e o convenceram a tomar, dizendo que era um medicamento para a perna. “Elas tentaram envenenar a vítima, que sobreviveu porque a quantidade do medicamento foi pequena”, explicou Gumiero.
Ele relatou que os policiais viajaram para outros Estados e apuraram que Maria Auxiliadora, Carlos Roberto e a mãe de Vanessa, Verilda Ritistisch, estão com prisão decretada pela Justiça de Minas Gerais. O trio foi denunciado pelo Ministério Público por aplicar um golpe superior a R$ 1 milhão, em Governador Valadares (MG).
No decorrer das investigações, os policiais apuraram que o grupo havia comprado um Celta, zero quilômetro, e o Mercedes, cor preta, placa COZ-3113, de Belo Horizonte (MG), e estavam hospedados em um hotel de luxo na localidade de Morro das Pedras, em Florianópolis. Mas, quando chegaram no local, a família já havia escapado e lesado o hotel. “Eles estariam passando férias em Santa Catarina”, comentou Gumiero. Ele solicitou às pessoas que foram vítimas dos golpistas que entrem em contato com a DH pelo do telefone 224-1348. “Acreditamos que o número de vítimas seja grande”, salientou o policial.
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