Familiares do padeiro Eli Natalino de Jesus Teodoro, 32 anos, compareceram na manhã de ontem à sede do 13.º Batalhão da PM para pedir explicações sobre a atuação de policiais militares na ocorrência que resultou na morte do trabalhador, no final da tarde da última quarta-feira. Para os familiares a versão apresentada pela PM de que Eli teria envolvimento em um seqüestro relâmpago e que reagiu à abordagem policial não convence.
A reportagem da Tribuna conversou com o comandante do 13.º Batalhão para obter informações sobre o procedimento adotado pela Corporação diante de tal fato. O tenente-coronel Renato Jorge da Silveira, que responde pelo comando do Batalhão, falou sobre a atuação de seus subordinados e confirmou a história que envolve o seqüestro relâmpago do pedreiro Adilson Gonçalves e da posterior reação do padeiro Eli Natalino à abordagem policial, conforme revelou a edição de ontem da Tribuna. Esta é a versão que consta nos autos do processo. No entanto, até o momento, não há sinal de vida do seqüestrado e tampouco da mulher que ligou para a PM informando sobre a ocorrência.
IPM
O comandante do batalhão informou que já foi instaurado o inquérito policial militar (IPM) para apurar as responsabilidades, o qual será conduzido pelo tenente Carlos Vieira Heberli. As intimações para as testemunhas do crime começaram a ser enviadas e espera-se o esclarecimento dos fatos de maneira rápida e transparente. Os três policiais envolvidos na morte foram retirados do trabalho de rua e ficam prestando serviços administrativos. Além disso, nos próximos 15 dias, eles serão acompanhados por psicólogos. Também é esperado o resultado dos laudos técnicos. Serão analisados o revólver apreendido com o padeiro, que teve dois projéteis deflagrados, a motocicleta e o exame residual nas mãos da vítima fatal (luva de parafina). As armas dos PMs também foram recolhidas para exame de balística. O depoimento das testemunhas deverá ser esclarecedor quanto a veracidade da versão policial.
O sogro da vítima, Paulo Martins, disse que sua família não acredita no envolvimento de Eli na prática de crime. O padeiro, que trabalhava em uma panificadora no Campo Comprido, era também integrante da direção da Igreja Pentecostal Pastor é Cristo. Não tem antecedentes criminais e nunca portou nenhuma arma, segundo a família.
