Família de brasileira morta na Espanha vive drama do descaso

O drama da família da brasileira Tatiane de Oliveira, de 24 anos, encontrada morta na madruga do dia 27 de março, em Tenerife, ilhas Canárias (território espanhol), continua sem perspectiva de solução iminente. Até à tarde desta segunda-feira (31), nenhum representante do governo brasileiro ou espanhol entrou em contato com os familiares, que moram em Cascavel, no oeste do Paraná, para informar sobre a liberação e traslado do corpo para o enterro na cidade paranaense.

"Estamos sem saber o que fazer", diz Kátia de Oliveira, um das irmãs da vítima. Na última sexta-feira (28), os familiares procuraram ajuda na Polícia Civil de Cascavel, que comunicou o fato à Divisão de Assistência Consular do Itamaraty, em Brasília, com a intenção de orientar os familiares sobre o procedimento de traslado do corpo da Espanha para o Brasil. "A nossa maior dificuldade é que não temos respostas oficiais das autoridades sobre as circunstâncias da morte da minha irmã", afirma Kátia.

De acordo com ela, a família, que mora numa casa humilde em Cascavel, não tem condições financeiras de enviar um representante para acompanhar o caso na Espanha e "muito menos, dinheiro para o transporte do corpo para enterro na cidade". De acordo com Kátia, o traslado custaria cerca de R$ 20 mil.

Nesta segunda-feira (31), a ex-cunhada da vítima, a também brasileira Lucinéia Belo dos Santos, imigrante na Espanha, viajaria até Tenerife para fazer o reconhecimento do corpo no necrotério. "Estamos aguardando a qualquer momento o contado dela (Lucinéia), para aliviar um pouco a nossa angústia", comentou Kátia. O Itamaraty informou nesta tarde (31) que o fato foi encaminhado para o consulado brasileiro em Madri, que aguarda informações oficiais das autoridades locais. "Até agora, não temos nada de oficial sobre a morte da brasileira", diz o Itamaraty.

A polícia espanhola informou que a brasileira tinha se enforcado, mas essa versão é contestada por familiares. Eles acreditam que Tatiane pode ter sido assassinada. O namorado, o espanhol Bernardo Assunção, é o principal suspeito do crime. Uma amiga da brasileira disse à família que ela foi enforcada pelo namorado, que nega a acusação.

No último contato realizado com a mãe, Beatriz Oliveira, dia 24 de março, Tatiane teria dito que estava grávida do namorado. Os dois viviam no mesmo apartamento há cerca de dois meses. De acordo com a família, Tatiane imigrou para a Espanha com a intenção de ganhar dinheiro para construir sua casa, onde pretendia morar com os quatro filhos, depois que retornasse a Cascavel.

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