A família do adolescente que morreu ao cair de um barracão no Tarumã, em 31 de março, cobra da Delegacia de Homicídios o esclarecimento do caso. A mãe de Guilherme Carvalho dos Santos suspeita que houve omissão de socorro por parte dos responsáveis pela edificação.
Guilherme tinha 16 anos, era estudante e morava no Bairro Alto. Em companhia de dois amigos, maiores de idade, ele subiu no telhado do barracão, que está disponível para locação e fica na margem da BR-476, em frente à Sociedade Hípica. Os rapazes picharam quase toda a fachada, até que o alarme ligado à empresa de vigilância Auxiliar Serviços foi acionado.
Um carro da empresa apareceu, às 22h45, e tiros foram disparados para cima, segundo a mãe de Guilherme, Marta Regina da Silva. Os rapazes correram, mas uma das telhas se quebrou e Guilherme despencou para dentro do barracão, de uma altura de mais de 10 metros.
A família estranha o fato de o estudante ter caminhado dentro do barracão e ninguém tê-lo ajudado. Segundo Marta, o adolescente chegou a apanhar uma barra de ferro e quebrar um dos vidros, na tentativa de sair. “A perícia encontrou graxa na mão dele”, falou a mãe. Somente na manhã de 1.º de abril Guilherme foi encontrado morto, por um funcionário do dono do imóvel. “Ele ficou um bom tempo vivo, mas ninguém o socorreu”, reclamou a mãe, que não exime o filho de culpa pela pichação. “É um erro típico de adolescente, mas não justifica a morte dele”, falou Marta.
A DH ouviu um dos rapazes que acompanhava Guilherme no momento da queda e instaurou inquérito para apurar o caso. O laudo que determina a causa da morte ainda não foi entregue à Polícia Civil.