Foto: Walter Alves/Tribuna
Funcionários devem portar crachá.

As ligações telefônicas realizadas a partir de telefones fixos, oferecem grande comodidade à comunicação, mas também podem se transformar em armadilha quando apresentam problemas de interferências ou de "linha muda" (sem sinal de transmissão). Nos últimos meses, três famílias que procuraram auxílio à central de atendimento da empresa de telefonia Brasil Telecom, tinham sido vítimas de assaltos.

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As ações preocupam a polícia, pois os marginais agem de forma violenta e conseguem concretizar o roubo levando altas quantias em dinheiro e jóias. Desde fevereiro, a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) registrou quatro casos dessa natureza e que lesaram as vítimas em mais de R$ 500 mil.

Golpe

De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, titular da DFR, uma quadrilha bem articulada pode estar por trás da aplicação dos golpes. Em três situações registradas na delegacia, as vítimas tiveram problemas com a linha telefônica do aparelho fixo e solicitaram conserto. Dias depois do comunicado, homens devidamente trajados com o uniforme de empresas que prestam serviços para a Brasil Telecom se apresentaram nas portarias dos edifícios como técnicos da operadora, informando que iriam fazer a manutenção do aparelho. Como as visitas já haviam sido previamente marcadas, os proprietários dos apartamentos liberaram a entrada dos falsos técnicos. Porém, ao abrir a porta do seus imóveis, os moradores foram rendidos pelos marginais.

Violência

Todos os assaltos foram protagonizados por dois homens que usaram violência e ameaças contra as vítimas. No último registrado na DFR, que ocorreu ao meio-dia de quinta-feira, na Água Verde, a empregada da casa foi mantida sob a mira de armas durante o tempo necessário para que os ladrões se apoderassem de dinheiro (US$ 2 mil), relógios e jóias, aparelhos eletrônicos e roupas. Em 12 de abril, o alvo foi um dos apartamentos de um prédio de alto padrão, localizado na Avenida Visconde de Guarapuava e, em fevereiro, um edifício no bairro Ahu. Nessas ações, os moradores tiveram braços e pernas amarrados com fita crepe e também foram amordaçados. Em um dos casos, o marginal chegou a jogar álcool no corpo de uma vítima como forma de provocar terror.

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Trabalho pra identificar os bandidos

O delegado Gil Tesserolli, que também participa das investigações, relatou que dentre os integrantes do bando "há uma pessoa que tem conhecimento do procedimento interno da empresa e conhece alguém ou tem acesso aos pedidos feitos por clientes para a solução dos problemas das linhas telefônicas". Segundo os policiais, somente com a posse de informações sobre o endereço da vítima é que os ladrões poderiam se antecipar ao atendimento regular dos funcionários das empresas de telefonia e cometer os assaltos. No entanto, o delegado ressalta que não há, necessariamente, envolvimento de pessoas de dentro das empresas.

Retrato

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Indivíduos que participaram dos assaltos foram descritos pelas vítimas e suas características informadas ao Instituto de Criminalística para a confecção dos retratos falados, que deverão ser divulgados nos próximos dias. Os marginais do assalto ocorrido em 12 de abril foram descritos como de altura mediana (1,70 m), magros, idade entre 25 e 30 anos. Um era de cor clara e outro parda. Durante a prática do crime, os marginais utilizam um pé-de-cabra para arrombar os cofres existentes nos apartamentos.

Empresa dá orientações

A Brasil Telecom enumerou algumas atitudes que podem ser tomadas pelo cliente para evitar a ação dos assaltantes. Antes de atender técnicos, os clientes devem solicitar a apresentação da identidade funcional (crachá de identificação) e a ordem de serviço que, efetivamente, comprova que os funcionários se deslocaram à moradia para efetuar o trabalho de manutenção. Outra dica é verificar se os funcionários utilizam o carro da empresa ou de outra firma terceirizada. Em caso de dúvida, o morador deve ligar para o número de telefone em que solicitou a prestação de serviço e confirmar os dados dos funcionários.

Sobre a presença de carros com a logomarca das empresas, o delegado Recalcatti afirmou que em nenhum dos casos de assalto as vítimas conseguiram informar se os ladrões chegaram ou foram embora com carros caracterizados.