Desde o mês passado, a delegacia de São José dos Pinhais estava recebendo denúncias de que prováveis investigadores estavam usando de truculência, inclusive algemando pessoas inocentes sem dar maiores explicações, principalmente em bares e estabelecimentos noturnos. Diante das reclamações, o delegado Osmar Dechiche e o superintendente Altair Ferreira realizaram uma reunião com os funcionários para saber se essas situações eram verdadeiras. Como a resposta foi negativa, a conclusão obtida foi de que indivíduos estavam se passando por policiais. No último fim de semana, o caso foi resolvido com algumas prisões, durante uma operação conjunta realizada pelas polícias Civil e Militar.
Alex Marinho Alves, 25 anos, e Remeton Tavares Gardin, 30, conhecido por “Buiu”, foram detidos por policiais militares, em frente a um bar, no centro daquela cidade, na última sexta-feira. Os dois são acusados de usurpação de função pública. De acordo com Ferreira, ocorreu uma briga na frente do estabelecimento. “Buiu” e Alex apareceram para contornar a situação, intitulando-se policiais. Para azar deles, logo em seguida, PMs compareceram na mesma situação e prenderam a dupla. “Buiu” foi preso com um revólver calibre 38 e uma insígnia da Polícia Civil. Além disso, anteriormente um par de algemas já havia sido apreendido em seu poder. Alex, quando detido, se apresentou com dois nomes diferentes e por isso foi autuado por falsidade ideológica. “Fiz isso porque estava utilizando uma carteira de motorista com outro nome. A minha está com número de pontos vencidos”, explicou.
Os dois negam as acusações de que se faziam passar por policiais. Entretanto, o superintendente explicou que os detidos foram reconhecidos por outros proprietários de bares que já haviam presenciado a falsa ação de “Buiu” e Alex.
Durante a mesma operação, outros três vigilantes de uma empresa de segurança também foram presos. Josuel Cardoso da Silva, 23, estava com uma arma de fogo e foi preso por porte ilegal. Edson de Souza Kuhl, 23, foi autuado em flagrante por pilotar a motocicleta da empresa embriagado e por direção perigosa, e Marcos da Silva Guimarães, 27, por usurpação de função pública. Os dois últimos, segundo Ferreira, devidamente fardados, abordavam pessoas nas ruas durante a madrugada, fazendo-se passar por policiais militares.